‘Levar caso de vacina à Justiça não é bom para o país’, diz Sidney Rezende

Sidney Rezende. Foto: Reprodução

No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (22) na CNN Brasil, Sidney Rezende avaliou o impasse sobre a compra da Coronavac, da empresa chinesa Sinovac, que deve ser produzida em parceria com o Instituto Butantan.

Para o comentarista, há duas soluções possíveis após a desautorização do presidente Jair Bolsonaro ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello: a união de governadores ou fazer o caso chegar à esfera judicial. Ele reprovou a segunda alternativa.

“Acho que esse caso vai terminar em um consórcio de governos estaduais para comprar essa vacina, caso ela seja aprovada depois. Ou ir para a Justiça, o que é uma outra história, e isso não é bom para o país, já que queremos que a doença vá embora e tenhamos vacinas eficazes”, defendeu Rezende.

Nessa quarta-feira (21), a âncora Daniela Lima e a comentarista de política Renata Agostini, da CNN, informaram que parlamentares da oposição e governadores começaram a articular na Justiça a reação para garantir o acesso aos imunizantes contra a Covid-19. A Rede Sustentabilidade planeja ingressar com ação no STF.

Avaliando a postura de Pazuello, o comentarista da CNN afirmou que ele “cumpriu perfeitamente suas obrigações” e estava agindo de forma estratégica pela saúde pública.

“O presidente sabia que o ministro Pazuello estava inclinado a fazer essa aprovação de compra quando a Anvisa assim o liberasse. O ministro estava apenas se antecipando a esta possibilidade, desta ou de qualquer outra vacina que demonstre eficácia”, disse.

“Então o ministro da Saúde cumpriu, até essa fase, perfeitamente suas obrigações. Ele está pensando lá na frente, estrategicamente, até porque é um homem de logística”, acrescentou.

No impasse, Rezende viu sinais de influência da disputa eleitoral de 2022. “E isso não interessa ao país. É muito ruim antecipar discussão sobre 2022, neste momento, para ações de governo e que mexem no campo institucional”, classificou.

Rezende ainda avaliou a aprovação de Kassio Marques Nunes pelo Senado Federal para ocupar a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF).

Kassio Marques Nunes. Foto: Marcos Oliveira – Agência Senado

Ele analisou que o novo ministro não deve criar atritos, o que já demonstrou ao responder aos questionamentos dos parlamentares. “Ele não quis entrar em nenhum litígio maior, justamente porque sabia que, se o fizesse, tiraria do foco o que ele pretendia, que era a vitória”, afirmou.

“Não me parece um ministro que vai criar atritos e problemas, não. Todo novo ministro chega no Supremo devagarzinho, vai se habituando e, daqui a pouco, se solta um pouco”, completou Rezende, que ainda classificou o desembargador como uma pessoa “política”. “Achei ele em estágio bem adiantado de conhecimento do jogo político”, declarou.

Aprovado por 57 votos a 10 no Plenário do Senado, Marques pode ser oficialmente nomeado ministro do STF e assumir seu cargo na Corte.

Por fim, Rezende comentou sobre o que muda na economia com a autonomia do Banco Central. A votação da proposta estava prevista para ir ao Senado nessa quarta (21), mas foi adiada para o dia 3 de novembro.

Os comentários de Sidney Rezende vão ao ar, de segunda a sexta-feira, ao vivo, na CNN Brasil, às 9h, com reapresentação a partir das 13h e uma versão resumida no jornal das 19h15.

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