Lava Jato omitiu grampo sobre tríplex para não ajudar defesa de Lula

Lula. Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mensagens revelam que procuradores  da força-tarefa da Operação Lava Jato não incluíram em denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um diálogo captado em grampo telefônico que ajudaria na defesa do político no seu envolvimento com o apartamento tríplex na cidade do Guarujá (SP). A informação é do portal UOL.

Na conversa realizada no dia 13 de setembro de 2016, os procuradores do MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná) falam sobre a inclusão de um trecho obtido por meio de uma interceptação telefônica de Mariuza Marques, funcionária da empreiteira OAS, encarregada da supervisão do edifício.

“Pessoal, especialmente Deltan [Dallagnol, coordenador da Lava Jato], temos que pensar bem se vamos utilizar esse diálogo da Mariuza, objeto da interceptação. O diálogo pode encaixar na tese do Lula de que não quis o apartamento. Pode ser ruim para nós”, escreveu o procurador Athayde Ribeiro Costa.

Triplex do Guarujá. Foto: Reprodução

As mensagens enviadas pelos advogados do ex-presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (1) foram extraídas de diálogos obtidos por meio de um ataque hacker, alvo da Operação Spoofing.

Leia o grampo de 17 de novembro de 2015

Samara: Putz! E a dona Mariza devolveu a cobertura, é isso? Tava no jornal outro dia?
Mariuza: É. Ela não quis pegar a cota dela. É isso mesmo.
Samara: É sério? Eles devolveram?
Mariuza: Devolveram. Porque eles tinham cota né..da..cotas da BANCOOP. E aí ela por causa dessas…
Samara: Não, mas se ela reformou a cobertura dela toda lá no Guarujá? MARIUZA: Pessoa, não pode falar, pessoa, aqui nesse telefone!

Em razão de Marisa Letícia [esposa de Lula] ter desistido da cota, as mensagens de procuradores da Lava Jato dão a entender que o diálogo interceptado poderia ajudar na tese da defesa do ex-presidente e afastá-lo do imóvel. A grafia das mensagens foi mantida tal qual consta na perícia da defesa de Lula.

“Concordo com Athayde. eu não usaria esse dialogo [sic]. ao menos nao [sic] na denuncia”, escreveu a procuradora Jerusa Viecili. Athayde, então, pergunta ao procurador Julio Noronha: “vamos tirar o dialogo [sic] da Mariuza ne?” Noronha responde: “vamos”.










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