Justiça Federal determina bloqueio de R$ 128 milhões de Aécio Neves

Aécio Neves. Foto: Agência Senado

Aécio Neves. Foto: Agência Senado

A Justiça Federal de São Paulo determinou que sejam bloqueados R$ 128 milhões do deputado federal Aécio Neves do PSDB. A decisão foi proferida pelo juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, no último dia 14.

A ação criminal diz respeito à supostas vantagens indevidas recebidas por Aécio pelo empresário Joesley Batista e pelo Grupo J&F. A medida ainda atinge outras 13 pessoas e empresas.

“(…) Proceda-se ao bloqueio e sequestro de ativos financeiros nos termos desta decisão, por meio dos sistemas eletrônicos fornecidos pelo Banco Central do Brasil (Bacenjud), e, em caso de impossibilidade, expeça-se ofício dirijo à autarquia para este fim”, escreveu o juiz.

Segundo o MPF, há indícios de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa por parte de Aécio quando ocupava o cargo de senador. O valor de R$ 128 milhões refere-se à quantia que supostamente foi paga para o tucano entre os anos de 2014 e 2017.

Parte desse valor teria sido utilizado nas eleições gerais de 2014 e outra parte na compra de um prédio ligado ao Jornal Hoje em Dia. A Justiça Federal ainda cita prestações pagas por meio da pessoa jurídica Rádio Arco Íris, que seria de propriedade da irmã e da mãe de Aécio Neves.

A Polícia Federal alega que Aécio usou os recursos ilícitos para comprar apoio de outros partidos, como o PTB. Por isso, a decisão também alcançou a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) e o ex-deputado federal Benito Gama (PTB-BA), que tiveram R$ 20 milhões bloqueados cada.

A defesa de Aécio Neves afirmou, por meio de nota, “que considera inusitada e incompreensível a determinação de bloqueio das contas pessoais do deputado Aécio Neves e já apresentou recurso contra ela”.

“Primeiro porque os valores referem-se, na sua grande maioria, segundo os próprios delatores, a doações eleitorais feitas pela JBS a diversos partidos políticos em 2014. Doações, inclusive, declaradas ao TSE.

Depois, o destino final desses recursos comprovadamente foram os diferentes partidos políticos da coligação do PSDB. Nunca houve sequer uma acusação de que o deputado Aécio tenha se beneficiado pessoalmente de nenhum centavo. Registre-se que os aventados R$ 128 milhões nunca entraram, saíram ou transitaram nas contas do deputado, que, ao longo dos anos, não chegou a ter como saldo, entre conta bancária e aplicação financeira, sequer 1% de tal valor.

Por fim, a defesa reafirma a falsidade das acusações feitas pelos delatores da JBS na busca desesperada pela validação de seu acordo de delação e aguarda a conclusão das investigações para o restabelecimento da verdade”, diz o texto assinado pelo advogado Alberto Zacharias Toron.

A J&F afirmou que não vai comentar a decisão da Justiça.

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