Bolsonaro dá nota para general Luiz Eduardo Ramos e diz que não sabe se irá disputar eleições

Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (28), que não sabe se vai disputar as eleições de 2022. O mandatário tem repetido essa declaração para afastar acusações de campanha eleitoral antecipada.

Bolsonaro vem dizendo que o resultado do pleito do próximo ano será passível de questionamento caso o voto impresso não seja aprovado. Há meses, o presidente tem viajado pelo país para inaugurar obras e participar de eventos políticos, como as motociatas.

“Quanto à política: eu não quero entrar em muitos detalhes agora, porque a preocupação é realmente administrar o Brasil. É natural, obviamente, eu tenho que ter um partido político. Não sei se vou disputar as eleições do ano que vem, devo disputar, não posso garantir”, disse em entrevista à Rádio Cidade Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.

O presidente confirmou que tem conversado com diversas siglas. “Entre eles, o Partido Progressistas, ao qual eu integrei por aproximadamente 20 anos ao longo de 28 que eu fui deputado federal”, apontou.

Bolsonaro diz que general Luiz Eduardo Ramos é nota 9

Jair Bolsonaro também afirmou que o general Luiz Eduardo Ramos é “nota 9”, porque falta a ele mais conhecimento para conversar com parlamentares. Em uma nova reforma ministerial, o mandatário da República tirou Ramos da Casa Civil e o remanejou para uma pasta de menor prestígio, a Secretaria-Geral da Presidência da República. No lugar de Ramos, foi nomeado o presidente do PP, senador Ciro Nogueira.

“Trouxe para dentro da Presidência agora, no ministério mais importante nosso — que é o da Casa Civil — o senador Ciro Nogueira, do Piauí. Então, é um homem adequado para conversar com o Parlamento. E o general Ramos foi para outro ministério palaciano. É aquela história: o general Ramos é uma pessoa nota 9, ele não é 10 porque falta a ele um pouco de conhecimento para conversar melhor com parlamentar”, disse Bolsonaro

Luiz Eduardo Ramos. Foto: Anderson Riedel/PR

“É a mesma coisa eu querer que o Ciro Nogueira converse com o alto comando das Forças Armadas. Ele não sabe conversar de forma adequada, vamos assim dizer”, completou o presidente.

Na terça-feira (27), Bolsonaro já havia dito que o colega de Exército tinha “dificuldade” no “linguajar com o Parlamento” e que o novo ministro da pasta, o senador Ciro Nogueira, fará um “brilhante trabalho de aproximação” com o Congresso Nacional.

Ciro Nogueira é presidente do PP, um dos partidos da base de apoio do governo no Congresso, e é um dos principais líderes do “Centrão”. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira. A data de posse ainda não foi marcada.

A nomeação do presidente do PP havia sido anunciada na última quarta-feira (21), dentro de uma pequena reforma ministerial. Ramos foi realocado na Secretaria-Geral da Presidência da República, então chefiada por Onyx Lorenzoni, que vai para o Ministério do Trabalho e Previdência, órgão a ser recriado a partir de um desmembramento do Ministério da Economia.

Ramos é amigo do presidente Bolsonaro desde a década de 1970. Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, ele disse que não tinha conhecimento da troca e afirmou que foi “atropelado por um trem”. “Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, assinalou.

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