‘Muito indignado com a exposição’, diz Marcello Siciliano por ser relacionado a assassinato de Marielle

Marcello Siciliano. Foto: Reprodução/Agência Brasil

Marcello Siciliano. Foto: Reprodução/Agência Brasil

O vereador Marcello Siciliano (PHS) teve sua casa como alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (14). De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o mandado tem relação com os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Após as buscas, Siciliano se apresentou voluntariamente à Cidade da Polícia, na Zona Norte da capital fluminense. Sua mulher, Verônica Garrido, também foi levada pelos policiais para prestar depoimento como testemunha.

Os agentes apreenderam um tablet, um computador, HD externo, documentos e um cofre — arrancado da parede após os policiais não conseguirem abrir.

“Estou perplexo e muito indignado. Continuo muito indignado com a exposição da minha família. Estou muito triste”, declarou o vereador. “Depois de nove meses, passar por tudo isso e nada comprovado contra mim, inventam uma nova investigação na Delegacia do Meio Ambiente para tentar me incriminar e achar algum motivo para tamanha covardia que aconteceu. Não sou criminoso. Não sou bandido. Sou uma pessoa do bem, com cinco filhos e três netos”, afirmou.

Marcello também comentou sobre sua relação com a vereadora assassinada. “Conheci a Marielle ao assumir o mandato e entramos em recesso. Iniciamos os trabalhos, em março, e como em apenas um mês posso considerar uma pessoa rival? Nada bate. Os votos não batem, a disputa territorial não bate. E agora inventam outro tipo de possibilidade. Não tenho ligação com ninguém, nem conheço a pessoa que acusam para tal covardia”, concluiu.

Morta por milicianos envolvidos com grilagem

Em recente entrevista ao jornal Estado de São Paulo, publicada nesta sexta-feira (14), o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Richard Nunes, afirmou que a vereadora foi morta por milicianos que acreditavam que ela poderia atrapalhar negócios de grilagem de terras na Zona Oeste da capital fluminense.

Em novembro, Nunes já havia confirmado que os principais suspeitos dos assassinatos estavam envolvidos com milícias. Na época, o secretário afirmou que o crime tinha relação com a atuação política de Marielle e na “contrariedade de alguns interesses”. Ele suspeitava que a milícia estivesse envolvida no mando ou na execução da vereadora. E acrescentou, ainda, que políticos “provavelmente” estariam envolvidos no assassinato.

Mandados de busca e apreensão

Na última quinta-feira (13), policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriram diversos mandados de prisão e de busca e apreensão. Apesar de ter sido para uma investigação à parte, a operação possui relação com os assassinatos de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes.

As buscas ocorreram em 15 endereços, dentro e fora do Rio de Janeiro. No Rio, as buscas ocorreram na Zona Oeste da capital fluminense; em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; em Petrópolis, na Região Serrana; e em Angra dos Reis, na Costa Verde. Já em Minas Gerais, foi um expedido mandado em Juiz de Fora.

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