Homenagem ao Engenhão: ‘Coisas que só acontecem no Niltão’

Estádio Nilson Santos. Foto: Divulgação

No dia 30 de junho de 2007, o Botafogo inaugurou um estádio para chamar de seu. O residencial bairro do Engenho de Dentro logo viu sua rotina se transformar. Desacostumados com o movimento, os moradores perceberam naquela repentina “invasão” uma maneira de ganhar dinheiro. Adaptaram suas casas para, nos dias de jogos, vender churrasquinho, refrigerante e até alugar suas garagens.

O comércio local também se animou. Tinha pastel gigante, bandeiras e todo tipo de mercadoria que pudesse ser útil ou encher os olhos dos torcedores.

Aline Bordalo, jornalista. Foto: Arquivo Pessoal

A primeira partida realizada no estádio, logo apelidado de Engenhão por causa da localização, foi contra o Fluminense. Eu estava lá, ironicamente no camarote da Unimed, então patrocinadora do meu adversário, a convite do meu tio, que trabalhava na empresa. Cercada de tricolores, vi um jogador do Fluminense marcar o primeiro gol do estádio. Felizmente, pude comemorar (discretamente) a vitória do Fogão, naquele ano um timaço comandando por Cuca e liderado pelo artilheiro Dodô, autor dos dois gols da vitória de virada.

Este foi apenas o primeiro dos inúmeros jogos que veria no Engenhão, tanto das arquibancadas quanto do campo, trabalhando nas transmissões como repórter. Tratando-se da casa do time conhecido por “coisas que só acontecem com ele”, o estádio foi palco de algumas curiosidades ruins para os alvinegros. Por exemplo, sempre que alguma estátua era inaugurada (tem várias do lado de fora), o time perdia.

O que dizer da fatídica tarde de 24 de janeiro de 2010? O uruguaio Loco Abreu, dono da camisa 13, fazia sua estreia pelo Botafogo, mas o jogo terminou de forma trágica – fomos goleados por 6 a 0 pelo Vasco. Coincidentemente, o time estreava também sua nova camisa que, obviamente, foi aposentada para sempre e retirada das lojas.

Mas aquele mesmo gramado serviria de pista de pouso para um craque internacional que entrou para a história do Botafogo. Seedorf chegou de helicóptero para ser apresentado à torcida, que fez uma linda festa. Um dia marcante e inesquecível.

Apenas uma década depois de sua inauguração, o estádio finalmente ganhou as cores e o escudo do Botafogo e foi batizado de Nilton Santos. Por ser o lar de um clube tido como supersticioso (com razão), a data em que completa treze anos de existência merece e deve ser comemorada. Viva o Niltão!

*Aline Bordalo é jornalista.












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