Haddad diz que demissão de Moro revela ‘trágica ironia’: ‘Obrigado a reconhecer autonomia no governo do PT’

Fernando Haddad. Foto: Divulgação "RedeTV"

Fernando Haddad. Foto: Divulgação

Fonte: Revista Fórum

Ao comentar o pronunciamento em que Sérgio Moro anunciou a demissão do Ministério da Justiça, Fernando Haddad revelou uma “trágica ironia” reconhecida pelo ex-juiz da Lava Jato, que falou por diversas vezes da autonomia que tinha em trabalhar nos governos petistas, enquanto se demitiu por “interferência política” de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

“Trágica ironia: Moro é obrigado a reconhecer a autonomia dada pelos governos petistas à PF. Moro usou a PF para armar contra o Lula e pavimentar a vitória de Bolsonaro. Bolsonaro engoliu Moro e a PF. Centrão decide sustentar Bolsonaro e impedir afastamento”, escreveu Haddad.

Durante seu pronunciamento, Moro citou nominalmente a ex-presidenta Dilma Rousseff como exemplo de não interferência nas investigações conduzidas pela PF na Lava Jato.

“No âmbito da Lava Jato, tanto a ex-presidente Dilma e o outro presidente não ligavam para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para pedir informações”, afirmou Moro.

Em contrapartida, Moro confirmou que Bolsonaro age politicamente para interferir nas investigações da Polícia Federal.

“O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar. E realmente esse não é o papel da PF. Imagine se durante a própria Lava Jato, a ex-presidente Dilma ficasse ligando pra colher informações. A autonomia da PF é um valor fundamental dentro de uma Estado de Direito. O grande problema não é quem entra, mas porque alguém entra. O impacto que isso vai ter na corporação, o fato de não poder dizer não ao presidente”, afirmou Moro.







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