Gilmar Mendes sobre Rodrigo Janot: ‘Recomendo que procure ajuda psiquiátrica’

Gilmar Mendes e Rodrigo Janot. Fotos: Nelson Jr./SCO/STF e Marcelo Camargo/Agência Brasil

Gilmar Mendes e Rodrigo Janot. Fotos: Nelson Jr./SCO/STF e Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes comentou a fala do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que disse ter tido a intenção de assassiná-lo e depois cometer suicídio.

Em mensagem enviada à colunista Mônica Bergamo, da Folha, Gilmar se mostrou surpreso e recomendou que Janot procure ajuda psiquiátrica. “Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer”, disse.

Leia abaixo a íntegra da mensagem à Mônica Bergamo:

“Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia.

O combate à corrupção no Brasil — justo, necessário e urgente — tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam que também tinham um projeto de poder. Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a fazê-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal.

Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer.

Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da Corte Constitucional do País.

Recomendo que procure ajuda psiquiátrica. Continuaremos a defender a Constituição e o devido processo legal.”

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