General Santos Cruz diz que militares foram desmoralizados por Bolsonaro

Jair Bolsonaro e General Carlos Alberto dos Santos Cruz. Foto: Montagem/Reprodução Facebook

O Exército brasileiro informou, por meio de nota, nesta quinta-feira (3), que não vai punir o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, pela sua participação em ato ao lado do presidente da República Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no dia 23 de maio, quando houve um movimento de apoio ao governo com motociclistas.

Em protesto pelas redes sociais, o general Santos Cruz sugere que militares devem se unir contra tentativa de desmoralização do Exército. Leia a íntegra:

“Ontem, 3 de junho de 2021, fui surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello. Em atenção ao trabalho que fazem, sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem eu não disse nada. Por vergonha.

Por formação, me nego a fazer qualquer consideração sobre a decisão.

Sobre o conjunto dos fatos, é uma desmoralização para todos nós.

Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições.

Falta de respeito pessoal, funcional e institucional. Desrespeito ao Exército, ao povo e ao Brasil. Frequentemente, com sua conduta pessoal, ele procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições.

Não se pode aceitar a SUBVERSÃO da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos.

Péssimo exemplo para todos. Péssimo para o Brasil.

À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o “meu exército”, eu só posso dizer que o “seu exército” NÃO É O EXÉRCITO BRASILEIRO. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira.

A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz.

Independente de qualquer consideração, a UNIÃO de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis.

Carlos Alberto dos Santos Cruz”

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