Frota diz que Bolsonaro mandou ‘calar a matraca’ sobre Queiroz

Alexandre Frota e Jair Bolsonaro. Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Alexandre Frota e Jair Bolsonaro. Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O deputado Alexandre Frota publicou imagens em que Jair Bolsonaro pede para que ele “cale a matraca”. O parlamentar afirmou ainda que o presidente disse que quer “continuar transando” com ele.

De acordo com Frota, o vídeo foi gravado durante um café da manhã no Palácio do Planalto, após ele ter pedido a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, investigado por movimentações atípicas em sua conta e suspeita de “rachadinha” no gabinete do senador.

“No vídeo podemos ouvir claramente quando ele fala pra mim com a mão na boca (porra Frota cala essa matraca) na sequência diz “eu quero continuar transando contigo” isso por eu ter pedido a prisão do Queiroz”, escreveu. Assista ao vídeo:

Caso Queiroz

Fabrício Queiroz é figura central no escândalo de movimentação financeira suspeita, que gerou uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro.

A investigação começou após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter identificado uma movimentação suspeita de 1,2 milhão de reais na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

De acordo com o relatório, diversos saques e depósitos em dinheiro vivo foram feitos na conta de Queiroz. Oito assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro transferiram recursos em datas próximas aos pagamentos de servidores da Assembleia Legislativa do Rio.

Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução de Internet
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução de Internet

No final de setembro, o ministro Gilmar Mendes, do STF, acatou um pedido da defesa de Flávio e determinou a suspensão das investigações pelo Ministério Público do Rio e da tramitação no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) de recursos relacionados ao caso, até o julgamento do tema pelo Supremo.

Desde que o caso foi revelado, Queiroz teve raras aparições públicas. De acordo com sua defesa, ele está em São Paulo desde dezembro do ano passado para o tratamento de um câncer.

O presidente Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro afirmam que não conversam com Fabrício Queiroz desde que a atípica movimentação financeira do ex-assessor veio à tona, no fim de 2018.

Fabrício Queiroz confessou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete, mas diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado.

No depoimento por escrito, entregue ao Ministério Público do Rio em 28 de fevereiro deste ano, Queiroz disse que tinha uma função que “se assemelhava a do chefe de gabinete” e que “tinha a possibilidade de nomear assessores”. No entanto, segundo ele, atuava para “gerenciar as questões relacionadas à atuação dos assessores fora do gabinete do deputado”.

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