Frente parlamentar de combate à fome é lançada na Alerj

Audiência pública da Comissão Especial de Enfrentamento à Miséria da Alerj. Foto: Foto: Thiago Lontra/Alerj

Audiência pública da Comissão Especial de Enfrentamento à Miséria da Alerj. Foto: Foto: Thiago Lontra/Alerj

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) lançou, nesta terça-feira (7), a Frente Parlamentar de Combate à Fome no Estado do Rio de Janeiro.

A ação foi divulgada durante audiência pública da Comissão Especial de Enfrentamento à Miséria da Alerj para homenagear 37 movimentos sociais engajados na luta solidária pela alimentação da população em situação de extrema pobreza.

De acordo com os dados do Cadastro Único (CadÚnico), analisados pelo Instituto Rio 21, o estado do Rio conta com mais de 2,5 milhões de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza.

“Essa frente tem como iniciativa estimular a criação de movimentos como esse em outros municípios. Vale frisar que mais da metade da nossa população vive com uma insegurança alimentar. Os coletivos locais fizeram o que o Estado não fez e isso mereceu a nossa atenção e valorização, por isso fizemos essa reunião hoje”, afirmou a presidente da comissão, deputada Renata Souza, (PSOL). Os deputados Waldeck Carneiro (PT) e Bruno Dauaire (PSC) também integrarão a Frente Parlamentar de Combate à Fome.

Presidente do Instituto Políticas Alternativas do Cone Sul (Pacs), a economista Sandra Quintela falou sobre a questão da desigualdade, que, segundo ela, foi agravada com a pandemia.

“A pandemia gerou uma concentração maior de riqueza, quando vemos mais de 20 bilhões de brasileiros passando fome e quase 60% da população brasileira sem saber se serão garantidas as três alimentações diárias. Isso é muito grave e urgente, por isso é necessário políticas públicas de combate à fome”, pontuou.

Para o representante da Ação da Cidadania, Rodrigo (Kiko) Afonso, a falta de alimentação no país precede a Covid-19. “Estamos subindo em uma escala muito vertiginosa da fome. Em 2018 tínhamos 85 milhões de brasileiros com alguma restrição alimentar e esse número já era alarmante”, afirmou. Kiko ainda destacou que as crianças de um a cinco anos são as mais afetadas com a escassez.

Para o representante da Defensoria Pública do Rio, Guilherme Pimentel, é necessário pensar uma política que foque na alimentação escolar. “Quando uma situação como essa acontece, as escolas precisam atuar para não deixar essas crianças sem comida”, disse Pimentel.

Renata Souza ainda lembrou que 15% da população fluminense vive com uma renda mensal, na média, de R $400. “Querer que essa mãe ou pai, ganhando tão pouco, consiga alimentar seus filhos é desumano”, observou a parlamentar.

A gestora financeira do Laboratório de dados e narrativas na favela do Jacarezinho (LabJaca), Mariana de Paula, trabalhou à frente do mutirão que distribuiu comidas na comunidade, localizada na Zona Norte do Rio, e demonstrou preocupação com os moradores de favelas.

“Notamos que tivemos um retrocesso significativo com a comida nutritiva para as famílias pobres do nosso estado. As pessoas se alimentam de comidas industrializadas e baratas e isso a longo prazo trará problemas graves de saúde”, pontuou.

A deputada Enfermeira Rejane (PC do B), vice-presidente da Comissão, também esteve presente na reunião e reforçou o trabalho da Casa no combate à pobreza.

“O parlamento doou 20 milhões à FioCruz para que tivéssemos um projeto de combate à pobreza no Rio. Isso demonstra como estamos trabalhando em conjunto para atenuar essas questões”, concluiu a deputada.

Homenageados:

1 – Coletiva de Mulheres Margaridas – Juliana Drummond

2- ComitêPelaVida-OComitêpelaVidaatuoudesdeoiníciodaPandemiaarrecadandoalimentos para pessoas atingidas pela fome na cidade de Teresópolis – Carol Quintana é uma das Coordenadoras deste belo projeto.

3 – O Nica Jacarezinho que atua como Pré-Vestibular, desde o início do período da Pandemia no combate à fome no Jacarezinho – Luan Ribeiro, professor da rede municipal, integrante de Gerência de Relações Étnico Raciais da SME e co fundador desprojeto fundamental para as vidas do moradores do Jacarezinho.

4 – Associação De Moradores do Bairro Rui Sanglard – WILLIAN PINTO DAS CHAGAS.https://www.instagram.com/ong_nbr/

5 – NBR Campos – Com o agravamento da pandemia, a NBR passou a atuar com foco no combate ao crescente cenário de insegurança alimentar junto a favela da Margem da Linha do Rio (Campos), arrecadando só em 2020 mais de 2 toneladas em doações alimentares, que foram destinadas a mais de 280 famílias. Além disso, entendendo a complexa realidade de mulheres pobres, em sua maioria negras, residentes em territórios em vulnerabilidade – Tamillys Lirio, mulher negra de periferia, ex-empregada doméstica é uma das pessoas que coordena esse projeto.

6 – A Casa Amarela da Providência é um centro comunitário que procura reduzir o abismo educacional que prejudica crianças e jovens do Morro da Providência, com a chegada da Pandemia ao Brasil teve que atuar no combate à fome, Miriam Generoso – Coordenadora do Coletivo MIP- Mulheres Independentes da Providência é uma das combatente que atua na Casa Amarela.
Poema: “O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo, pois esquece que tá com fome”… Carolina Maria de Jesus

7 – Coletivo I love Morro da Providência – Washington Bruno Pernambuco dos passos

8 -O Bloco Fala Meu Louro

9 – A Frente de Mobilização da Maré começou sua atuação em março/2020, atendeu mais de 3000 famílias no combate à fome, e conseguiu montar uma Cozinha Solidária na Maré, que neste último sábado atendeu cerca de 300 famílias com doação de quentinhas – coordenador Naldinho Lourenço, comunicador comunitário vem representando a instituição.
10- Espaço Casulo – O Casulo é um espaço de acolhimento, fortalecimento e incentivo às práticas de autonomia, saúde, autogestão e coletividade, feito prioritariamente com e para mulheres pretas e faveladas.-Saúde Coletiva da Mulher, durante a Pandemia teve que girar suas forças para combater à fome. Priscila Monteiro e Mariluce Nascimento.

11- Redes da Maré – Redes da Maré é uma instituição da sociedade civil que produz conhecimento, projetos e ações para garantir políticas públicas eficazes para melhorar a vida de 140 mil moradores das 16 favelas, diante da Pandemia buscou construir programa de combate à fome que atende famílias sem renda ou benefícios sociais do governo – Fernanda Viana coordenadora da entrega de cestas básicas na Redes de Desenvolvimento da Maré está aqui para representar.

12- Manguinhos Solidário – Criados para atender ações emergenciais do território, como enchentes, está na luta contra o coronavírus na favela. Paloma Gomes Coordenadora voluntária.

13- Padre Medoro – Paróquia São José Operário

14- Renato Machado Ferreira – Engenheiro Agrônomo

15- Associação dos Citricultores e Produtores Rurais de Tanguá (ACIPTA) – Alessandra Macedo Poema: “A fome e a miséria terão que estar em todos os debates, palanques e comícios”.

16 – MST O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira.

17 – MPA O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA é um movimento camponês, de caráter nacional e popular, de massas, autônomo, de luta permanente, cuja base social é organizada em grupos de famílias nas comunidades camponesas.

18 – Cozinhas Solidárias – MTST (O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) é um movimento de caráter social, político e popular fundado em 1997 – MUCA (Movimento Unido dos Camelôs). Fundado, em 2003, para a organização dos trabalhadores ambulantes, os dois movimentos se organizaram no combate à fome desde o começo da Pandemia distribuindo comida para ambulantes e moradores em situação de rua.

19 – MNLM -O Movimento Nacional de Luta pela Moradia é um movimento social brasileiro. Foi criado em julho de 1990, Por conta da Pandemia teve que voltar suas forças para combater à fome e ajudar moradores que ficaram desempregados.

20 – CMP – Central de Movimentos Populares

21- As Brigadas Populares são uma organização militante que realiza há 7 anos trabalho de base nas periferias, apoiando moradores de ocupações, neste período pandêmico voltou toda sua atuação em combate à fome.

22- FAFERJ – Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro – Neste período teve atuações em várias Favelas do Estado do Rio com distribuição de cestas básicas.

23- Cozinha Solidária do Chapéu Mangueira – Nego Breu

24- Rede Brasileira de Renda Básica – Núcleo Rio de Janeiro. Erika 25 Projeto Social Semeando Amor – Ivone

26- Coletivo Terra [Terra Prometida] – Bia

27- Coalizão Negra por Direitos

28- Ocupa Tijuca

29- Associação Barrense de Cultura e Crença Afro-brasileira (ABECCA)

30- Rede CAU – Rede Carioca de Agricultura Urbana

31- PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul – Aline

32- Creche Estrelinha

33- Espaço Linha de Conversa Beth Dias do Consea – coordenadora do Espaço, moradora da Maré, mãe, nutricionista, militante pelo direito humano à alimentação adequada.

34- Mulheres em ação do Alemão – Camila Moradia

35- Equipe de profissionais do CREAS Arlindo Rodrigues 36 Biacolhe

37- Centro de Integração da Serra da Misericórdia

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