Ford vai fechar fábrica em SP; empresa deixa mercado de caminhões e demite quase três mil funcionários

Fábrica da Ford no ABC Paulista. Foto: Divulgação

Fábrica da Ford no ABC Paulista. Foto: Divulgação

A Ford anunciou nesta terça-feira (19) que vai encerrar a operação da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Símbolo da indústria automobilística de São Paulo, a fábrica que funciona no bairro do Taboão desde 1967 é considerada a mais antiga em operação da montadora no Brasil.

Com a decisão, a montadora americana deixa de atuar no segmento de caminhões e vai tirar de linha o automóvel compacto Fiesta. No Brasil, a marca ocupava a quarta posição no segmento de caminhões, com 12% de participação em 2018, atrás de Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo.  Em balanço referente ao ano passado, a Ford apresentou prejuízo de US$ 678 milhões na região

Segundo a empresa as operações serão desativadas ao longo deste ano. Com isso, a montadora mantém a fábrica de veículos em Camaçari, na Bahia, onde é produzido apenas o modelo compacto Ka, e à unidade de Taubaté, no interior de São Paulo, onde são fabricados motores.

Fábrica da Ford no ABC Paulista. Foto: Divulgação
Fábrica da Ford no ABC Paulista. Foto: Divulgação

De acordo com a Ford, a decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas que incluíram a possibilidade de parcerias e venda da operação.

“Trata-se de uma reformulação global do negócio da companhia. A Ford anuncia a sua saída do mercado de caminhões como um importante marco para o retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”, destacou a companhia por meio de nota, garantindo que dará apoio aos consumidores em relação a garantias, peças e assistência técnica.

Nos próximos dias, a direção da fábrica iniciará conversas com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para negociar o processo de desligamento de aproximadamente três mil funcionários. A empresa prevê um impacto de aproximadamente US$ 460 milhões em despesas não recorrentes como consequência dessa ação.

“Sabemos que essa decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários de São Bernardo do Campo e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos” disse o presidente da montadora para a América do Sul, Lyle Watters, no comunicado.

Comentários

 




    gl