FHC comenta sobre Bolsonaro, polarização e prisão de Lula: ‘É ruim para ele e para o país’

Fernando Henrique Cardoso. Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Fernando Henrique Cardoso. Foto: Tânia Rêgo – Agência Brasil

O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi entrevistado pelo jornal argentino Clarín durante uma viagem com sua esposa. Entre os tópicos abordados por ele, estavam o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e a polarização política no Brasil.

Sobre Bolsonaro, FHC mencionou que há uma falta de clareza nas futuras ações do presidente eleito. “Não se sabe exatamente o que ele [Bolsonaro] vai fazer. Não creio que ele mesmo saiba”, afirmou. Cardoso também rejeitou o rótulo de “fascista” atribuído pela oposição ao futuro presidente do Brasil. “O fascismo é algo organizado. Ele representa um autoritarismo que pode ter qualquer tipo de base ideológica”, explicou.

Diante do tópico sobre o autoritarismo de Bolsonaro, Fernando Henrique disse que lutaria contra qualquer ameaça a liberdades e direitos individuais.

Ao longo da entrevista, Fernando Henrique afirmou também que não se candidataria novamente a presidência da República. Segundo o ex-presidente, ele é “um homem razoável e as pessoas razoáveis já não têm espaço num país polarizado”. Como motivo para essa polarização, FHC mencionou a “insegurança das pessoas, condições econômicas ruins, desemprego e a revolução industrial das redes sociais”.

FHC também foi questionado sobre o também ex-presidente Lula. Apesar de assumir que não gosta de Lula na prisão, ele foi sucinto em sua resposta. “É ruim para ele e para o país, mas respeito a lei”, resumiu.

Relações exteriores

Em um dos tópicos sobre o presidente eleito Jair Bolsonaro, Fernando Henrique destacou que sugestão de mudança da embaixada do Brasil em Israel é uma ação precipitada do futuro governo. O ex-presidente lembra que o país possui uma boa relação tanto com Israel, quanto com a Palestina; e a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém pode soar como uma provocação.

Ainda no âmbito das relações exteriores, FHC mencionou a relação entre Brasil e Argentina. Para o ex-presidente, a Argentina “é um cliente importante para o Brasil como é a China, os Estados Unidos e a Europa”. Uma mudança de posição em relação ao país vizinho pode causar desequilíbrio politico-econômico na América do Sul.

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