Reajuste das passagens: Fetranspor lança comunicado ameaçador e Paes passa bola a Crivella

A nota da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, Fetranspor, divulgada nesta quinta(22) tem tom ameaçador que coloca a prefeitura do Rio contra a parede. Já no primeiro ítem os donos das empresas de ônibus vão direto ao ponto: “Causou preocupação ao setor de ônibus da cidade do Rio de Janeiro a notícia sobre a indefinição da concessão do reajuste da tarifa dos ônibus municipais”.

A primeira interpretação após a leitura do documento sinaliza que os empresários estão impacientes e pretendem demonstrar ao novo prefeito quem manda no setor.

O último ítem também não é nada amigável: “Ontem(21), a Supervia teve seu pedido de falência requerida, as Barcas protocolaram na Justiça pedido de devolução das concessões ao Governo do Estado. Não gostaríamos que a mesma situação seja estendida às empresas de ônibus municipais, se seus direitos assegurados em contrato não forem cumpridos”.

Indagado por jornalistas como seria conduzido o próximo reajuste, o prefeito Eduardo Paes disse que caberá ao sucessor Marcelo Crivella decidir se as passagens de ônibus da cidade serão ou não reajustadas no dia 1º de janeiro.

O SRzd apurou junto a assessoria do prefeito eleito Marcelo Crivella, que está viajando, a seguinte informação: “o posicionamento do novo governo municipal só será anunciado após 1º de janeiro, quando analisará a questão da tarifa junto com técnicos da secretaria de Transportes”.

Leia a nota da Fetranspor/Rio Ônibus sobre o reajuste da tarifa dos ônibus municipais

1. Causou preocupação ao setor de ônibus da cidade do Rio de Janeiro a notícia sobre a indefinição da concessão do reajuste da tarifa dos ônibus municipais.

2. O respeito ao contrato garante a segurança jurídica necessária para a continuidade dos investimentos feitos pelos consórcios para a melhoria da qualidade do serviço prestado à população. É importante lembrar que durante o ano as empresas assumiram despesas que são levadas em conta na fórmula que prevê o reajuste da tarifa, como o pagamento do dissídio dos rodoviários, os aumentos concedidos para o óleo diesel, os custos maiores para a compra de pneus e os investimentos feitos na frota. São itens calculados por entidades como IBGE, ANP e FGV. O contrato de concessão prevê um reajuste anual de tarifas a ser definido em dezembro para aplicação em 1º de janeiro do ano seguinte. E assim tem ocorrido ao longo dos últimos 5 anos, ainda que com alguns questionamentos na Jusstiça, todos os reajustes foram confirmados.

3. É de domínio público que o setor de ônibus está em crise e já fechou 6 empresas de ônibus nos últimos 18 meses (Bangu, Algarve, Top Rio, Andorinha, Rio Rotas e Translitorânea). Foram demitidos 3 mil rodoviários e 900 ônibus destas empresas deixaram de circular..

4. 2017 não será diferente de 2016, e o ano começa com a possibilidade de fechamento de mais 12 empresas e com demissão de aproximadamente 5 mil rodoviários, pela crise econômica do Estado e País e, agora, pelo desequilíbrio econômico financeiro das empresas.

5. Mesmo o BRT, motivo de orgulho durante os Jogos Olímpicos, que opera com mais de R$ 7 milhões de prejuízo/mês, poderá ter sua continuidade ameaçada.

6. Por tudo isso, o não reajuste de tarifa, previsto em contrato, representaria, além de quebra de acordo,, o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas e a possibilidade de ter descontinuidade de várias linhas e falta de ônibus em várias regiões da cidade. Os consórcios certamente não terão condições de suprir tantas empresas paralisadas e nem de readmitir os rodoviários que ficarem desempregados.

7. Ontem, a Supervia teve seu pedido de falência requerida, as Barcas protocolaram na Justiça pedido de devolução das concessões ao Governo do Estado. Não gostaríamos que a mesma situação seja estendida às empresas de ônibus municipais, se seus direitos assegurados em contrato não forem cumpridos.

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