‘O Exército matou meu filho’, diz mãe de catador fuzilado por militares

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Foto: Reprodução

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Foto: Reprodução

O catador Luciano Macedo foi velado nesta sexta-feira (19) no cemitério do Cajuru, Rio de Janeiro. Ele foi morto durante ação do Exército que fuzilou o carro do músico Evaldo Rosa e da família com mais de 80 tiros.

Segundo o G1, o catador, que ficou por mais de duas semanas internado e deixa sua mulher grávida de cinco meses, tentava ajudar a família quando foi atingido.

A mãe de Luciano contou que ele estava planejando montar um barraco em Guadalupe, local onde foi morto, exatamente por considerar segura a região já que ali estaria próximo ao Exército: “Meu filho só estava tentando ter a casinha dele. Tinha a carteira assinada mas não teve oportunidade, está entendendo? E eu ainda falei para ele: ‘Vai fazer barraco aí?’. E ele falou para mim: ‘Fica calma, coroa. O Exército está ali, a gente está seguro’. O Exército matou meu filho, o Exército matou meu filho”.

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Foto: Reprodução
Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Foto: Reprodução

Sobre a tragédia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou seis dias após o ocorrido que o Exército “não matou ninguém” e que o ocorrido foi um incidente.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (18), o Comando Militar do Leste disse que lamenta a morte de Luciano Macedo e se solidariza com a família e os amigos. O comando disse ainda que está em contato com o advogado do catador. Confira a nota divulgada pelo Exército.

“O Comando Militar do Leste lamenta a morte do Sr. Luciano e solidariza-se com a família e amigos. O advogado da família do Sr.Evaldo, Dr. João Tancredo, que também auxilia a família do Sr. Luciano, que infelizmente faleceu hoje, foi contatado por autoridade militar designada pelo CML, para tratativas iniciais”.

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