Ex-diretor-geral da PRF é preso por suposta interferência nas eleições

Silvinei Vasques. Foto: Carolina Antunes/PR

Silvinei Vasques. Foto: Carolina Antunes/PR

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. A investigação apura a interferência de integrantes da PRF no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado para apoiar bloqueios ilegais em rodovias e, assim, dificultar o trânsito de eleitores.

No dia 30 de outubro, data do segundo turno eleitoral, a PRF realizou operações de fiscalização que tiveram impacto na mobilidade dos eleitores, especialmente na região Nordeste, onde Lula estava à frente de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Na véspera do pleito, o então diretor-geral da PRF expressou seu apoio a Bolsonaro através do voto declarado.

Na ocasião, Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ordenou a imediata suspensão das operações da PRF, sob pena de prisão para Vasques. A prisão foi autorizada por Moraes, que determinou, na época, a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques.

O que diz a Polícia Federal

Segundo a PF, os fatos apurados podem configurar os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar (monopolizar) ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, conforme consta no Código Eleitoral Brasileiro.

Além da prisão de Silvinei, a Polícia Federal cumpre outros dez mandados de busca e apreensão relacionados ao caso nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

A operação foi batizada de “Constituição Cidadã” e faz parte de operação que apura o uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022, contando com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.

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