Esquema liderado por Temer movimentou R$ 1,8 bilhão, diz MPF

Michel Temer é preso. Foto: Reprodução de TV

Michel Temer é preso. Foto: Reprodução de TV

No pedido de prisão preventiva que resultou na detenção do ex-presidente Michel Temer por agentes da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (21), o Ministério Público Federal (MPF) diz que as investigações apontam que a organização criminosa liderada pelo emedebista teria praticado diversos crimes que envolveriam estatais e órgãos públicos e movimentado cerca de R$ 1,8 bilhão. São investigados os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro relacionados as obras da usina nuclear de Angra 3.

Ainda segundo o mandado de prisão, Temer seria o chefe de uma organização criminosa que atua há 40 anos. Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, Temer, preso na manhã desta quinta-feira (21) por agentes federais em São Paulo, “se valeu de duas décadas atuando em cargos públicos para transformar os mais diversos braços do Estado brasileiro em uma máquina de arrecadação de propinas”.

A prisão teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da empreiteira Engevix, que disse ter pago R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer e apontado como operador de propinas do emedebista) e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco e com o conhecimento do próprio Temer, que além deste, responde a outros nove inquéritos. Os agentes também prenderam  Moreira Franco e e João Baptista Lima Filho.

O mandado de prisão foi expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio. Seu advogado, Brian Prado, disse ao G1 que ainda está estudando a decisão e no momento não tem como fazer nenhuma avaliação sobre o caso.

O partido MDB divulgou a seguinte nota: “O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte de Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa.”

Veja a lista de alvos dos mandados de prisão abaixo:

– Michel Miguel Elias Temer Lulia, ex-presidente – prisão preventiva
– João Batista Lima Filho (coronel Lima), amigo de Temer e dono da Argeplan – prisão preventiva
– Wellington Moreira Franco, ex-ministro do governo Temer – prisão preventiva
– Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima – prisão preventiva
– Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan – prisão preventiva
– Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan e filho de Carlos Alberto Costa – prisão preventiva
– Vanderlei de Natale, sócio da Construbase – prisão preventiva
– Carlos Alberto Montenegro Gallo, administrador da empresa CG IMPEX – prisão preventiva
– Rodrigo Castro Alves Neves, responsável pela Alumi Publicidades – prisão temporária
– Carlos Jorge Zimmermann, representante da empresa finlandesa-sueca AF Consult – prisão temporária

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