“Envolvimento de milicianos com prostituição infantil procede”

O Ministério Público estadual está investigando o possível envolvimento de políticos na exploração de prostituição infantil feita pela milícia da Favela Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O procurador Antonio José Campos Moreira prestou depoimento nesta quinta-feira (28) na CPI das Milícias, na Assembléia Legislativa, e informou que as investigações sobre o caso vão ocorrer em sigilo, por se tratar de crianças. Os milicianos estariam selecionando crianças e adolescentes de nove a 14 anos, negociadas em festas com bebidas e drogas.

De acordo com Antonio José, “a notícia sobre exploração de prostituição infantil por milicianos procede e já está sendo objeto de investigação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil estadual”. Segundo ele, “o sigilo é fundamental para o sucesso da investigação e a efetiva repressão da prática”.

Para o procurador, a milícia revela uma singularidade que a distingue das formas tradicionais de prática criminosa. “Os milicianos são, em regra, servidores públicos ligados a área da segurança que, aproveitando a própria ausência do estado, sobretudo no aspecto da proteção de comunidades carentes, vêm dominando territórios muito grandes e mantendo seus moradores sob regime quase que de escravidão”, afirmou.

“A milícia é uma expressão de criminalidade organizada perigosa, justamente por haver participação de servidores públicos que têm, evidentemente, contato com os colegas que não estão vinculados com essa prática, mas que acabam por se omitir em sua repressão”, afirmou, em entrevista a Sidney Rezende na rádio CBN.

Segundo Antonio José Campos Moreira, há uma insuficiência de instrumento legal par ao combate à prática da milícia. “Há necessidade de o Congresso, urgentemente, penso eu, elaborar um tipo penal que defina especificamente esse comportamento criminoso, culminando para essa prática sanções proporcionais à sua gravidade”, declarou.

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