Em delação, Léo Pinheiro diz que pagava propina a líder do governo no Senado

Em sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro revelou que o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), recebeu propina da empreiteira em troca de liberação de recursos do então Ministério da Integração Nacional, atualmente extinto, e por obras do governo pernambucano. As informações são do jornal O Globo.

As informações fornecidas por Léo Pinheiro vão complementar os dados obtidos pela Polícia Federal, que fez uma operação no último dia 19 nos gabinetes do senador.

A defesa de Bezerra informou que não teve acesso à delação do ex-presidente da OAS, mas que “conforme jurisprudência já assentada pelo Supremo Tribunal Federal, a palavra do colaborador isoladamente não é apta sequer para receber uma denúncia”. “Ressalta ainda que o senador não foi candidato em 2010 e não teve participação na coordenação da campanha do governador Eduardo Campos à reeleição. O senador confia que a investigação será arquivada”.

De acordo com o jornal, em sua delação, Léo Pinheiro contou que participou de um jantar com Bezerra, em 2008, para que fosse apresentado ao seu operador financeiro, o publicitário André Gustavo Vieira. Na época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, governado então por Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 em acidente aéreo. No jantar, ficou acertado o pagamento de propina e que seria feito através de André Gustavo.

Ainda segundo delação de Léo Pinheiro, Bezerra indicou uma gráfica e uma empresa de publicidade para contratos fictícios com a OAS para o repasse de caixa 2 para a campanha de Eduardo Campos em 2010.

Depois, já como ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff, Bezerra recebeu, de acordo com a delação, propina da obra do canal do Sertão, feita com recursos do governo de Alagoas e do Ministério da Integração Nacional.

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