Eleições 2020: Candidatos apoiados por Bolsonaro derrapam nas pesquisas

Candidatos apoiados por Bolsonaro derrapam nas pesquisas. Foto: Reprodução de Internet

Candidatos apoiados por Bolsonaro derrapam nas pesquisas. Foto: Reprodução de Internet

Há dois dias das eleições para prefeito, o presidente Jair Bolsonaro vê seus aliados em importantes capitais pelo Brasil estagnados ou em queda livre nas pesquisas eleitorais mais recentes, realizadas pelos institutos Ibope e Datafolha.

O caso mais emblemático ocorre em São Paulo, a maior metrópole do país, com Celso Russomanno (Republicanos). O candidato apostou a maioria das suas fichas em mostrar o apoio de Bolsonaro à sua candidatura nos debates e em peças publicitarias no horário eleitoral gratuito.

No entanto, Russomanno derreteu na disputa. Se em 24 de setembro o Datafolha mostrava que ele liderava com 29% das intenções de voto, a última pesquisa colocou o republicano na terceira colocação, com 14%, atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB). No fim de outubro, a equipe de marketing de Russomanno chegou a retirar o nome do presidente do jingle da campanha. A estratégia tinha como objetivo frear a queda do candidato nos levantamentos.

No Rio de Janeiro, o candidato do Bolsonaro e atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), está na segunda colocação, com 14%, atrás de Eduardo Paes (DEM). O postulante à reeleição tem a mesma intenção de voto de pesquisa do dia 8 de outubro. Não decolou.

Assim como Russomanno em São Paulo, Crivella colou sua imagem ao presidente. No início da semana, a Justiça Eleitoral teve de suspender uma propaganda do atual prefeito por “exposição excessiva” de Bolsonaro. O vídeo tinha um minuto de duração com uma fala do presidente de 40 segundos, excedendo os 25% do tempo permitido por lei à aparição de apoiadores no horário eleitoral.

Outro ponto que agrava a situação dos aliados de Bolsonaro nestas capitais é a rejeição do presidente, que atingiu 50% em São Paulo. No Rio de Janeiro, ficou estável, em 42%. Porém, a aprovação caiu de 34% para 28%.

Outras capitais

O candidato a prefeito em Belo Horizonte Bruno Engler (PRTB) também apostou no apoio do presidente para angariar votos. No entanto, variou entre 3% e 4% nas pesquisas e está fora da disputa. Em Recife, a candidata Delegada Patrícia (Podemos), também aliada de Bolsonaro, aparece apenas na quarta colocação, com 15%.

Análise: “Surfar na popularidade não deu certo”

Na visão do cientista político da FGV Eduardo José Grin, a estratégia dos candidatos de “surfar na onda de popularidade do bolsonarismo”, que vinha crescendo com o auxílio emergencial, “não se mostrou sustentável”.

Na análise do professor, a transferência de votos nas eleições municipais é difícil. “Presidentes bem ou mal avaliados não são, necessariamente, transmissores de votos. A avaliação de temas locais são mais impactantes. Os candidatos estão mal, sobretudo, porque são candidatos ruins. Crivella fez um governo péssimo e Russsomano se perde na fragilidade das propostas.” 

Não decolou

São Paulo

Celso Russomanno (Republicanos): 14% 3º colocado

Rio de Janeiro

Marcelo Crivella (Republicanos): 14% 2º colocado

Belo Horizonte

Bruno Engler (PRTB): 4% 4º colocado

Recife

Delegada Patrícia (Podemos): 15% 4º colocada










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