Eduardo Bolsonaro destitui todos os vice-líderes na Câmara após assumir liderança

A primeira medida tomada pelo deputado Eduardo Bolsonaro assim que se tornou líder da bancada do PSL na Câmara, no lugar de Delegado Waldir, foi destituir todos os 12 vice-líderes da legenda, a maioria ligada ao ao grupo do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar.

A decisão foi tomada em meio a uma disputa acirrada pelo comando da sigla na Câmara, em um reflexo da crise vivida pelo partido.

O ofício comunicando a destituição dos vice-líderes foi recebido pela Secretaria-Geral da Mesa por volta de 16h. Eduardo se reuniu com oito parlamentares bolsonaristas – Aline Sleutjes (PR), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR), Sanderson (RS), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis.

Com isso, nenhum outro parlamentar está autorizado a falar em nome da legenda, além de Eduardo. O objetivo é neutralizar as ações contra o governo e isolar a ala ligada ao presidente da sigla.

Desde a semana passada, a legenda vive um racha com os deputados da bancada travando uma disputa de guerra de listas para definir o nome do líder que irá representar a bancada.

Embora tenha sido confirmado no cargo, a permanência de Eduardo Bolsonaro ainda é questionada por aliados do ex-líder, deputado Delegado Waldir. Duas novas listas são analisadas neste momento pela Secretaria Geral da Mesa da Câmara – uma delas apoia o retorno de Delegado Waldir e a outra tenta garantir a indicação de Eduardo Bolsonaro no cargo. Para garantir a indicação de líder, a lista precisa assegurar apoio de 27 dos 53 deputados do partido. A definição, após conferência de assinaturas, será confirmada pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia.

Em vídeo divulgado pelas redes sociais, Delegado Waldir reconhece Eduardo Bolsonaro como líder e afirma que aceita “democraticamente a nova lista”. “Vou continuar defendendo todas as prerrogativas do Parlamento. Nós não rasgamos a Constituição e a Constituição prevê que o Executivo não deve interferir no Parlamento”, disse o deputado.

Eduardo Bolsonaro, apoiado pelo grupo mais fiel a seu pai e presidente Jair Bolsonaro, evitou até o momento se posicionar como líder, já que a batalha política continua. “Uma hora os deputados vão parar de assinar as duas listas ou parar de assinar uma lista,” disse.

Eduardo Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Eduardo Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para ocupar o cargo de líder é preciso receber o apoio formal de metade dos parlamentares da bancada mais um. Cada partido tem autonomia para fazer a troca de líder quantas vezes quiser. Geralmente, há um rodízio no cargo e os parlamentares costumam ser mantidos por, pelo menos, um ano.

Os líderes podem ser definidos por eleição interna da bancada ou por aclamação. Somente os partidos com, pelo menos, cinco integrantes têm direito à liderança.

O cargo de líder dá protagonismo aos parlamentares e asseguram prerrogativas como a indicação de membros da bancada que participarão de comissões da Casa. Os líderes partidários orientam a bancada durante as votações no plenário e podem fazer comunicados de liderança em qualquer momento da sessão.

O cargo permite ainda que o parlamentar participe dos trabalhos de qualquer comissão (sem direito a voto), mesmo que não seja integrante, mas com o poder de pedir verificação de votação.

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