Dono da Natura, Passos acusa Bolsonaro e Guedes de estelionato eleitoral

Pedro Passos. Foto: Reprodução de vídeo

Pedro Passos. Foto: Reprodução de vídeo

Agora ao lado da candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência da República, Pedro Passos, dono da Natura, uma das maiores empresas do país, em entrevista ao jornal O Globo, detalhou os motivos de boa parte do empresariado brasileiro ter desembarcado do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo ele, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, cometeram um “estelionato eleitoral” ao não entregarem as políticas neoliberais prometidas.


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“A avaliação é não só do Paulo Guedes, mas da gestão como um todo: não entregou o que sinalizava nas eleições. Existem várias formas de estelionato eleitoral e essa é uma delas. Porque tinha uma agenda supostamente liberal que não foi liberal. Acho que é um pecado combater o liberalismo dizendo que Bolsonaro é liberal. Isso é tudo que ele não é. Ele é conservador populista. O Paulo Guedes, não sei se por razões internas, políticas, do próprio governo, não entregou o que prometeu”, avaliou Passos.

‘Falso liberalismo’

“Ele facilitou a vida do agronegócio. Eu falo do pequeno agronegócio. Porque as grandes empresas do setor agem dentro das regras do jogo. Mas a vida dos pequenos que exploram invasão, que exploram garimpo, ele facilitou, tirando recursos dos órgãos de controle, sobretudo na parte ambiental. Isso criou um falso liberalismo que atendeu algumas necessidades do pequeno e médio empresário. Então acho que hoje o apoio vem mais dos pequenos e médios do que das empresas mais estruturadas”.

Empresário teme ‘uma ruptura se a gente não respeitar o direito de voto’

“O questionamento à urna eletrônica é absurdo e pode fragilizar a nossa democracia, fazer a gente retroceder”, diz, ressaltando que “uma ruptura institucional no país penalizaria também o ambiente de negócios. Nossas lideranças empresariais mais históricas ficam um pouco distantes de manifestações por medo de represália ou de conflitos de interesse com acionistas. Mas hoje está evidente que também precisamos do empresário para corrigir o rumo de desrespeito às regras do jogo”, defendeu Pedro.

Eleições

“As pessoas deveriam usar o primeiro turno para escolher a opção que consideram a melhor. Aí no segundo você vota contra quem você não quer de jeito nenhum. Quererem recompor a estatização da Petrobras, entrando em distribuição, refinarias. Já disse que não sou favorável ao Estado mínimo”, afirma ao criticar o PT e uma eventual volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto.

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