Doria oferece indenização de R$ 100 mil para família que abrir mão de processo

João Doria, durante entrevista coletiva. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

João Doria, durante entrevista coletiva. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quinta-feira (14) que pagará indenização de aproximadamente R$ 100 mil para cada uma das famílias das sete vítimas do ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo.

Em nota, Doria disse que a medida não tem como propósito “compensar as vidas perdidas”, mas para que as famílias não enfrentem “burocracia e processos lentos para terem acesso aos recursos”. Ele afirmou que a indenização deve ser paga em até 30 dias: “Até 15 de abril o pagamento será feito às famílias dos cinco jovens e das duas auxiliares de ensino da Escola Raul Brasil, em Suzano”.

O decreto com as condições será publicado nesta sexta-feira e o pagamento será feito em 30 dias, garantiu o governador em coletiva de imprensa nesta quinta-feira. O governador tucano comentou que a indenização é uma atitude do governo e não depende de ações judiciais. “Não há necessidade disso (de judicialização)”, comentou. O pagamento será acertado com as famílias por meio da prefeitura de Suzano.

No entanto, caso optem por receber os R$ 100 mil, os familiares terão que assinar um documento se comprometendo a não acionar a Justiça para processar o governo do estado. Segundo Doria, essa possibilidade não pesou em sua decisão de indenizar.

O governador disse ter tomado a decisão “independentemente de qualquer recurso judicial”, e que as famílias poderão optar por não receber a indenização e acionar judicialmente o governo.

Ao falar sobre o assunto, o governador paulista afastou a discussão sobre a flexibilização de armamento do ataque na escola. “Fazer o debate sobre o tema de posse e porte diante de uma situação traumática, trágica, como essa não acredito que seja o melhor momento”, disse Doria, ressaltando que a discussão sobre o tema precisa ser intensificada.

Rodrigo Maia diz que flexibilizar porte de arma seria ‘barbárie’

Ao comentar o ataque realizado em Suzano por atiradores armados dentro de uma escola em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chamou de “barbárie” a ideia de se flexibilizar o porte de armas em áreas urbanas.

“O porte não deve ser tão liberado assim. O que eu espero é que alguns não comecem a dizer que se os professores estivessem armados ia resolver o problema, pelo amor de Deus”, disse Maia na noite desta quarta-feira (13).

Durante o dia, o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, fez tal afirmação. O senador, um dos mais destacados apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tem como suas principais pautas a revogação do estatuto do desarmamento e a redução da maioridade penal. Já o senador Flávio Bolsonaro atribuiu a tragédia a um fracasso do estatuto do Desarmamento.

Escola Estadual Prof. Raul Brasil. Foto: Google Street View/Reprodução
Escola Estadual Prof. Raul Brasil. Foto: Google Street View/Reprodução

A polícia identificou os autores do tiroteio que matou oito pessoas, sendo quatro adolescentes, na escola estadual Raul Brasil, em Suzano. Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos atiraram contra alunos e funcionários e cometeram suicídio.

O comandante-geral da Polícia Militar, Marcelo Salles, informou que os dois autores dos tiros usaram um revólver calibre 38 e uma arma medieval semelhante a um arco e flecha.

A Escola Estadual Raul Brasil tem alunos apenas a partir da 5ª série. São 1.067 estudantes no total, a maior parte deles no ensino médio (693), boa parte nos anos finais do ensino fundamental (358) e alguns na educação especial (16), segundo informações de 2017. Ao todo, são 105 funcionários. Num prédio anexo, funciona um centro de estudo de línguas.

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