Doria acusa Ministério da Saúde por desabilitar leitos de UTI em São Paulo

Leito de UTI: Foto: Breno Esaki – Agência Saúde

O governador de São Paulo, João Doria, acusou o Ministério da Saúde de impor ao governo do estado a desabilitação de 3.258 leitos de UTI destinados ao tratamento de pacientes internados com Covid-19 . A denúncia foi feita durante a coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na tarde desta sexta-feira (5).

“O Ministério da Saúde, em plena pandemia, em uma das fases mais difíceis da segunda onda da pandemia, desabilitou 3.258 leitos de UTI em São Paulo. Apesar do agravamento da pandemia do novo Coronavírus, houve uma drástica redução de leitos de UTI exclusivos para o tratamento de pacientes da Covid-19 financiados pelo Ministério da Saúde”, afirmou o tucano.

O governador defendeu que o “SUS é uma consquista do Brasil” e acusou o Ministério da Saúde de quebrar “o pacto federativo ao impor a São Paulo a desabilitação de 3.258 leitos” . Segundo Doria, a medida do governo federal “estabelece claramente um viés político no comportamento do Ministério da Saúde no enfrentamento de uma crise gravíssima”.

Doria afirmou que outros estados também foram afetados por ações do Ministério da Saúde no enfrentamente da pandemia que, segundo ele, são motivadas por “viés político”.

“É avançar dentro de uma política ideológico, partidária , no tema da saúde, mais do que aquilo de errado e condenável do que aquilo que já se fez”, afirmou. O governador de São Paulo disse que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para judicializar a medida do Ministério da Saúde, caso a decisão não seja revertida.

Com melhora de índices, dez regiões progridem de fase no Plano SP

Doria também anunciou que dez regiões do estado avançam de fase na nova reclassificação do Plano São Paulo. A melhora nos índices de controle da pandemia permite que as regiões da Grande São Paulo, Araçatuba, Baixada Santista, Campinas, Presidente Prudente e Registro avancem à fase amarela, além do progresso das áreas de Barretos, Marília, Ribeirão Preto e Taubaté para a etapa laranja a partir deste sábado (6).

“Com a queda do número de internações hospitalares pela terceira semana consecutiva e abertura de novos leitos, recomendamos a prefeitos e prefeitas que tenham cuidado e zelo e sigam a orientação do Estado. Prefeitos responsáveis salvam vidas”, afirmou Doria.

A fase amarela permite 40% de ocupação em academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques estaduais, com expediente de até dez horas diárias para restaurantes e 12 horas para as demais. O atendimento presencial deve ser encerrado às 22h em todos os setores. Nos bares, as portas fecham mais cedo, às 20h. Eventos que geram aglomeração, como festas, baladas e shows continuam proibidos.

Na etapa laranja, o funcionamento dos serviços não essenciais é limitado a até oito horas diárias, com atendimento presencial máximo de 40% da capacidade e encerramento às 20h. O consumo local em bares está totalmente proibido.

Nas regiões com restrição total de fase vermelha, há funcionamento normal de farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Já os comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.

Atualmente, a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência só pode ocorrer entre 6h e 20h em todos os 645 municípios. Somente a partir da fase verde, a mais branda, é que essa comercialização poderá voltar a ser feita sem as restrições atuais.

Todos os protocolos sanitários e de segurança para os setores econômicos devem ser cumpridos com rigor. Prefeituras que se recusam a seguir as normas estabelecidas pelo Governo do Estado ficam sujeitas a sanções judiciais.

Dados da pandemia

Com os dados epidemiológicos semanais divulgados nesta sexta, a média estadual passou de 347,8 para 343,7 novos casos por 100 mil habitantes. A taxa de novas internações foi de 51,9 para 48,3 a cada 100 mil habitantes, e as mortes ficaram praticamente estáveis, em 7,0 por 100 mil habitantes.

A pressão sobre o sistema hospitalar diminuiu mais uma vez, mas ainda exige acompanhamento ininterrupto. A média estadual de ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de COVID-19 caiu de 69,9% para 67,2%, com 20 vagas a cada 100 mil habitantes.










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