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Dois dias antes do rompimento, Vale sabia de problemas em barragem

A Polícia Federal identificou uma troca de mensagens entre profissionais da Vale e duas empresas ligadas à segurança da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, que reforçam os indícios de crime no rompimento que vitimou até está quarta-feira (6) 150 mortos e 182 desaparecidos.

De acordo com reportagem da Rede Globo, os emails trocados entre funcionários da Vale, da TÜV SÜD e da Tec Wise, empresas contratadas pela Vale. Nas conversas trocadas dois dias antes do rompimento, a Vale já havia identificado problemas nos dados de sensores responsáveis por monitorar a estrutura.

“As mensagens começaram a ser trocadas no dia 23 de janeiro, às 14h38, e se prolongaram até as 15h05 do dia seguinte. A barragem se rompeu em 25 de janeiro”, aponta a reportagem.

Segundo apurou a polícia, o assunto das mensagens “diz respeito a dados discrepantes obtidos através da leitura dos instrumentos automatizados (piezômetros) no dia 10 de janeiro de 2019, instalados na barragem B1 do CCF, bem como acerca do não funcionamento de cinco piezômetros automatizados”.

O engenheiro Makoto Namba, da TÜV SÜD – responsáveis por laudos de estabilidade da barragem -, afirmou em depoimento que só ficou sabendo das alterações dos dados fornecidos pelos sensores após o rompimento da barragem.

Bombeiros trabalham na localização de vítimas da tragédia de Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert

Os investigadores questionaram sobre “qual seria sua providência caso seu filho estivesse trabalhando no local da barragem”, e Namba respondeu, segundo o relatório da Polícia Federal, que “após a confirmação das leituras, ligaria imediatamente para seu filho para que evacuasse do local bem como que ligaria para o setor de emergência da Vale responsável pelo acionamento do PAEBM [Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração] para as providências cabíveis”.

O engenheiro também disse que pressionado por representantes da Vale a assinar o laudo de estabilidade. Ele relatou quem durante uma reunião um funcionário da Vale chamado Alexandre Campanha perguntou a ele: “A TÜV SÜD vai assinar ou não a declaração de estabilidade?”.

Namba disse à PF ter respondido que a empresa assinaria o laudo se a Vale adotasse as recomendações indicadas na revisão periódica de junho de 2018, mas assinou o documento.

Segundo ele, “apesar de ter dado esta resposta para Alexandre Campanha, o declarante sentiu a frase proferida pelo mesmo e descrita neste termo como uma maneira de pressionar o declarante e a TÜV SÜD a assinar a declaração de condição de estabilidade sob o risco de perderem o contrato”.  Nesta terça-feira (5), o Superior Tribunal de Justiça determinou que eles fossem libertados.

Redação SRzd

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