Dilma: ‘O golpe de 64 me tirou de Minas, o de 2016, me devolveu’

Dilma Vana Rousseff, 70 anos, vítima da ditadura militar quando jovem e, em 2016, afastada da Presidência da República, concedeu entrevista ao site Brasil 247.

Apesar dos momentos difíceis que enfrentou na vida, parece não se envergar, como deixou explícito na entrevista que concedeu para Aloizio Mercadante estreando o programa “Brasil Primeiro”, que será apresentando pelo ex-ministro.

Cantarolando uma canção que expressa sua mineiridade, reafirma a candidatura ao Senado por Minas Gerais e reflete: “o golpe de 64 me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu”.

Dilma, que tem participado de palestras e debates no exterior sobre seu impeachment em 2016, explica o que qualifica como estado de exceção seletivo. “Ao aposto do ocorrido na ditadura, onde todas as instituições estavam suspensas, no Brasil de hoje vivemos um novo tipo de golpe e que, ao contrário de que alguns apontaram, não tem nada de soft (suave)”, opina.

A ex-presidente afirma ainda que Minas é um Estado estratégico para o atual momento nacional: “Lá se encontram os autores do impeachment, que criaram as condições para que o governo mais corrupto da história governasse o País. Essa aliança entre o PSDB e o MDB é a responsável por toda a destruição que vivemos no Brasil”, avalia.

Ela ressalta que, mesmo tendo passado pelo processo de impeachment e precisar de descanso, não irá interromper suas atividades políticas “enquanto o Brasil não retomar a saúde” e salienta: “Não posso ter um pouco de repouso enquanto o Brasil não retomar o crescimento”.

A presidente conclui a entrevista citando música de Lô Borges que, para ela, resume a sensação de pertencimento ao Estado. “Sou do mundo, sou Minas Gerais” e conclui: “O golpe militar me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu, e que esse último golpe tenha um tempo de duração muito curto”.