Diante do aumento do preço dos combustíveis, Bolsonaro diz que tem vontade de privatizar a Petrobras

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução do YouTube

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira (14) que, em razão das críticas que vem sofrendo pelo aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, já estuda a possibilidade de privatização da Petrobras.

“Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras, tenho vontade. Vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer, porque o que acontece: eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha”, disse o chefe do Executivo nacional em entrevista à rádio “Novas de Paz”, de Recife.

O mandatário reclamou ainda de ser responsabilizado pelo aumento no preço do botijão do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, e lembrou que zerou o imposto federal incidente sobre o produto.

“Aumenta o gás de cozinha, a culpa é minha, apesar de ter zerado imposto federal, coisa que não acontece aí por parte de muitos governadores”, continuou.

Bolsonaro disse também que não deve interferir na política de preços da empresa de capital aberto.

“Eu posso interferir? Posso, mas não devo. Se interferir, vou responder por crime de responsabilidade. Posso abaixar o preço na bomba para R$ 3? Posso, mas é crime de responsabilidade. O preço do combustível está alto agora, sempre esteve alto, eu me lembro do meu tempo de garoto”, disse.

O presidente criticou ainda a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o setor: “Nós ainda dependemos de diesel e gasolina importados, porque aquelas 3 refinarias que aquele governo, do Lula, começou a fazer e não terminou.”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em evento realizado em setembro que o “plano” para os próximos dez anos é o de aprofundar privatizações. Nesse caminho, entrariam a Petrobras e o Banco do Brasil. Apesar de Guedes manifestar o interesse em privatizar as estatais reiteradas vezes, Bolsonaro tem adiado essa possibilidade para um eventual segundo mandato. O presidente dá sinais mistos em torno do tema. Durante os anos em que foi deputado federal, Bolsonaro tinha um perfil intervencionista e tratava a Petrobras como empresa estratégica para o setor energético, defendendo que a estatal ficasse sob responsabilidade do governo.

Quando se lançou à Presidência da República, em 2018, aconselhado por economistas de perfil liberal, Bolsonaro passou a admitir a possibilidade de privatização da petroleira, mas não chegou a encampar abertamente a medida. Já no Planalto, deixou claro que o núcleo duro da Petrobras não seria privatizado. Apesar disso, ocorreram vendas de ativos e de empresas subsidiárias, as quais foram celebradas pelo mandatário do país.

No início do governo, Bolsonaro indicou para a presidência da estatal o economista Roberto Castello Branco, defensor da privatização da companhia.

Embora tenha dito que não iria interferir na petroleira, Bolsonaro criticou aspectos da política de preços da estatal e fez mudanças no comando da companhia em fevereiro deste ano, o que levou as ações da empresa a despencarem mais de 6%. A presidência da Petrobras foi para as mãos do general Joaquim Silva e Luna.

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