Desemprego alcança 13,4 milhões de trabalhadores; pior taxa em oito anos

Fila de trabalhadores para vaga de emprego. Foto: Pedro Ventura/Fotos Públicas

Fila de trabalhadores para vaga de emprego. Foto: Pedro Ventura/Fotos Públicas

A taxa de desemprego foi de 13,9% no trimestre encerrado em dezembro de 2020, após atingir 14,6% no trimestre anterior, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE.

A taxa média de desocupação para o ano passado foi de 13,5%, a maior desde 2012, o que corresponde a cerca de 13,4 milhões de pessoas buscando trabalho no país.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, essa reação do mercado de trabalho no quarto trimestre já era esperada. “O recuo da taxa no fim do ano é um comportamento sazonal por conta do tradicional aumento das contratações temporárias e aumento das vendas do comércio. É interessante notar que mesmo num ano de pandemia, o mercado de trabalho mostrou essa reação”, afirmou, em nota.

O resultado no quarto trimestre foi puxado pelo aumento na ocupação em quase todos os grupos de atividades: agricultura (3,4%), indústria (3,1%), construção (5,2%), comércio (5,2%), alojamento e alimentação (6,5%), informação e comunicação (5,8%) outros serviços (5,9%), serviços domésticos (6,7%) e administração pública (2,9%). Apenas transporte ficou estável.

Dados

Em um ano, o número de pessoas empregadas caiu 7,3 milhões, chegando ao menor número da série anual. Em 2019, a população ocupada era 93,4 milhões de pessoas, e caiu para para 86,1 milhões em 2020. Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade produtiva estava ocupada no País. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.

A queda no número de empregados com carteira assinada no setor privado teve recuo recorde em um ano, 2,6 milhões de pessoas, significando uma redução de 7,8%. Os trabalhadores domésticos (5,1 milhões) também tiveram a maior queda registrada da série histórica, de 19,2%. Entre os autônomos a redução foi de 6,2%, ou seja, 1,5 milhão de pessoas.

A informalidade, entretanto, passou de 41,1% em 2019, para 38,7% em 2020, significando 33,3 milhões de pessoas sem carteira assinada, CNPJ ou sem remuneração.

Entre os que desistiram de procurar trabalho, a alta foi de 16,1% na comparação com 2019, somando 5,5 milhões de pessoas.

Já no funcionalismo público o crescimento foi de 1%. Muito por conta da contratação para setores da saúde e educação. Confira a lista de de perda na ocupação por setor:

Construção: 12,5%
Comércio: 9,6%
Indústria: 8%
Alojamento e alimentação: 21,3%
Serviços domésticos: 19%
Transportes: 9,4%
Agricultura: 2,5%
Informação e comunicação: 2,6%
Outros: 13,8%










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