O desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e responsável pelos processos da Lava Jato, João Pedro Gebran Neto, manteve o ex-presidente Lula preso em Curitiba. O despacho do desembargador, que saiu na tarde deste domingo (8), pede que a Polícia Federal se abstenha de qualquer ato que seja diferente da decisão do colegiado da 8ª Turma, que determinou a prisão do ex-presidente.
“DETERMINO que a autoridade coatora e a Polícia Federal do Paraná se abstenham de praticar qualquer ato que modifique a decisão colegiada da 8ª Turma”, disse Gebran em texto.
O habeas corpus de Lula concedido pelo desembargador plantonista Rogério Favreto, na manhã deste domingo (8), pegou de surpresa políticos e judiciários. Favreto determinou liberação imediata de Lula, no entanto, o juiz Sérgio Moro não aceitou a decisão. O fato abriu crise no judiciário, uma vez que um juiz de primeira instância, caso de Moro, não pode desobedecer ordem de um desembargador, caso de Favreto.
A decisão do relator da Lava Jato em segunda instância, Gebran Neto, foi dada para por fim no impasse jurídico. No entanto, cabe a Polícia Federal definir qual despacho seguir no caso da possível soltura de Lula.
O juiz desembargador plantonista Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, mesma instância que havia condenado o ex-presidente, concedeu habeas corpus e determinou a suspensão da pena de Lula na manhã deste domingo (8).
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, durante Operação Lava Jato. O ex-presidente está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em uma espécie de cela especial. O petista, presidente do Brasil entre 2002 e 2010, é pré-candidato ao cargo e quer voltar a governar o país.
Logo após a publicação do alvará de soltura do ex-presidente Lula, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, afirmou que o plantonista Rogério Favreto não tem poder para mandar soltar o ex-presidente. Segundo Moro, o juiz do TRF-4 não pode se sobrepor a uma decisão de colegiado, que condenou Lula, e do Supremo Tribunal Federal, que manteve a prisão do ex-presidente.
“O Desembargador Federal plantonista, com todo respeito, é autoridade absolutamente incompetente para sobrepor-se à decisão do Colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e ainda do Plenário do Supremo Tribunal Federal”, disse Moro.
Após pronunciamento de Moro, o juiz Rogério Favreto reiterou sua decisão e deu poder a qualquer agente da Polícia Federal de soltar Lula. “Reitero a ordem exarada e determino o imediato cumprimento da decisão, nos termos da mesma e competente Alvará de Soltura expedido, ambos de posse e conhecimento da autoridade policial, desde o início da manhã do presente dia”, afirmou o Rogério Favreto.
O imbróglio causado pela decisão do juiz desembargador do TRF-4 Rogério Favreto e o não cumprimento da mesma por parte do juiz Sérgio Moro gerou crise no judiciário. A decisão de Gebran Neto, que manteve Lula preso, teve como objetivo dar fim ao impasse jurídico.
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