‘Descuido meu’, diz Moro sobre mensagem com pistas contra Lula

Sérgio Moro. Foto: Reprodução de Internet

Sérgio Moro. Foto: Reprodução de Internet

O ministro Sergio Moro disse nesta sexta-feira (14) que foi um “descuido” repassar pistas de apuração contra o ex-presidente Lula por um aplicativo de mensagens ao procurador Deltan Dallagnol.

“Nós lá na 13ª Vara Federal, pela notoriedade das investigações, nós recebíamos várias dessas por dia. Eu recebi aquela informação e, aí assim, vamos dizer, foi até um descuido meu, apenas passei pelo aplicativo. Mas não tem nenhuma anormalidade nisso. Não havia nem ação penal em curso”, afirmou, na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Brasília. Moro anunciou o início da operação de segurança da Copa América, que começa nesta sexta-feira (14).

“Isso está previsto expressamente no Código de Processo Penal, artigo 40, e também no artigo 7 da Lei de Ação Civil Pública diz que ‘quando o juiz tiver conhecimento de fatos que podem constituir crime ou improbidade administrativa ele comunica o Ministério Público’. Basicamente é isso, eu recebi e repassei. Porque eu não posso fazer essa investigação”, disse o ministro.

Os dos artigos citados pelo ministro, no entanto, colocam a necessidade de que a notícia-crime seja formalizada nos autos, o que não ocorreu.

Em entrevista concedida ao jornalista Fausto Macedo no jornal “O Estado de São Paulo”, o ex-juiz e atual ministro da Justiça atacou o site “The Intercept” e chamou de “sensacionalistas” as reportagens sobre conversas que manteve com o procurador Deltan Dallagnol. Ele defendeu a legalidade do repasse de informações que aparece na troca de mensagens.

“Acho que o alvo são as instituições. Se vamos tolerar esse tipo de comportamento, hackers criminosos que conseguem abrigo em veículos não sei se da imprensa, se a gente pode falar dessa forma, para divulgar isso. Então quer dizer se amanhã invadirem os telefones de jornais, de empresas, dos ministros do Supremo, de presidente do Senado, de presidente da Câmara, vão aceitar que isso seja divulgado por esse mesmo veículo?”, completou Moro, colocando dúvidas sobre o jornalismo praticado pelo site fundado por Glenn Greenwald. Ele disse ainda que vê um “viés político-partidário”, que passa pela soltura do ex-presidente Lula.

“Me parece muito claro que existe um viés político-partidário na divulgação dessas mensagens, e não utilização dela. Uma passa pela soltura de um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que é o ex-presidente Lula, é uma pena”, finalizou.

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