Decisão sobre novo ministro do STF gera crise entre evangélicos e Bolsonaro

Silas Malafaia e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Youtube

A vaga aberta pela aposentadoria de Marco Aurélio Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF), está gerando uma crise entre o governo de Jair Bolsonaro e líderes evangélicos.

Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, isso se deve porque o centrão quer indicar um novo nome para a função.
O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro de Macedo, é o nome favorito entre uma articulação dos principais ministros do grupo que comanda a Câmara dos Deputados.Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações), foram alguns dos políticos que defenderam a indicação de Macedo.

Segundo a comitiva pastoral que aconselha Bolsonaro no assunto, é que Cordeiro não passou pelo crivo dela. Ele pode até se apresentar como evangélico, mas está longe de ser “terrivelmente”, como o presidente disse em culto religioso em julho de 2019, promovido na Câmara dos Deputados.

Um dos principais aliados, no segmento religioso, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o pastor Silas Malafaia disse que a nomeação para a vaga passará pela liderança evangélica antes: “Estão pensando que vão chegar pro presidente com um nome qualquer, mas o presidente vai perguntar pra gente, e vamos dizer ‘não, não reconhecemos esse cara’”.

“Não escolhemos André Mendonça [nome indicado por Bolsonaro em julho]. Não somos nós, ministros evangélicos, que vamos escolher ministro”, continua. “A única coisa é que o presidente vai perguntar se o camarada é terrivelmente evangélico ou não porque ele não tem ideia. Não adianta esses caras armarem alguma coisa, dizendo que João ou Manoel ou sei lá quem é terrivelmente evangélico que nós vamos dizer ao presidente sim ou não.”

“Quem tem autoridade moral para dizer ao presidente se ele realmente é evangélico ou não somos nós. Estão achando que vão enganar quem? Vocês não são evangélicos”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), eleito com apoio da igreja liderada por Malafaia, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Davi Alcolumbre (DEM), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, está evitando marcar a sabatina de Mendonça. Alguns observadores veem nisso uma represália direta ao presidente da República, já outros enxergam apoio direto do senador à busca de um nome alternativo.

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