Debate sobre terceira dose leva ‘insegurança à população’, diz Queiroga

Marcelo Queiroga. Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

Marcelo Queiroga. Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o debate sobre a aplicação de uma terceira dose de vacinas contra a Covid-19 pode causar insegurança à população.

A declaração foi dada nesta segunda-feira (19), durante conversa com a imprensa, na sede do órgão e ocorre após a Anvisa autorizar os estudos referentes à segurança e eficácia de uma terceira aplicação da AstraZeneza.

Queiroga acredita que o debate é precipitado, pois ainda não há estudos que garantem benefícios com três doses dos imunizantes. “As pessoas ficam com medo. Muitas vidas já foram perdidas, e isso gera uma ansiedade. Às vezes, os gestores públicos tomam decisões baseadas naquele cenário específico, mas podem levar a uma inquietude maior”.

E completou: “Por exemplo, não conseguimos avançar ainda em 100% da população com a primeira dose da vacina. Qual é a evidência científica disponível para que nós devamos já falar em uma terceira dose? Isso só leva mais insegurança à população”.

Nesta segunda-feira (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a condução de estudos para avaliar a efetividade de uma terceira dose do imunizante da AstraZeneca contra a Covid-19. O teste será aplicado em pessoas que já receberam as duas doses, em um período de 11 a 13 meses após a segunda dose.

O ministro da Saúde ainda aproveitou para criticar as decisões estaduais no que diz respeito à vacinação da população. Para Queiroga, é necessário que as secretarias de Saúde sigam as medidas que foram pactuadas pelo Comitê Intergestores Tripartite (CIT). O grupo, responsável pela definição de estratégias de saúde, é formado pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

“Tenho feito um apelo a todos os gestores para que nós sigamos a decisão do Programa Nacional de Imunização (PNI). Eles também participam dessas decisões”, defendeu.

Mais cedo, também nesta segunda-feira, o secretário de saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou que a região iniciará um novo ciclo de imunização contra a Covid-19 no dia 17 de janeiro.

O gestor alertou para a possibilidade de ser necessária reaplicação anual, como ocorre com a vacinação contra a gripe. “Essa nova fase da imunização irá se iniciar no dia 17 de janeiro do ano que vem, que foi o dia em que vacinamos o primeiro brasileiro”, disse.

A capital fluminense anunciou, na última quinta-feira (15), que estuda a aplicação de uma terceira dose em idosos de 80 anos ou mais, entre outubro e dezembro deste ano.

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