Crimes cometidos por Pezão continuavam sendo praticados, diz Raquel Dodge

Luiz Fernando Pezão. Foto: Marcelo Sayão/Agência Brasil

Luiz Fernando Pezão. Foto: Marcelo Sayão/Agência Brasil

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta quinta-feira (29), após a deflagração da nova fase da Operação Lava- Jato que resultou na prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do MDB, que o pedido do Ministério Público foi feito porque os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro estavam em andamento.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi detido no Palácio Laranjeiras, residência oficial do Estado, na Zona Sul da capital fluminense.

Em entrevista à imprensa, Dodge enfatizou a necessidade de desmantelar organizações criminosas em todo o País e recuperar danos causados aos cofres públicos.

“Um dos crimes é organização criminosa e as informações da Lava-Jato são no sentido que esta organização continua atuando especialmente na lavagem de dinheiro, crime cometido após a corrupção para ocultar onde o dinheiro está”, disse a procuradora.

Diante da prisão de um governador em exercício, Raquel Dodge falou sobre a operação que tem como principal alvo Pezão para “garantir a ordem pública, paralisando a prática de organizações criminosas em curso”.

Segundo ela, foram identificadas treze infrações criminosas muito graves que continuavam sendo praticadas e “precisavam ser interrompidas”.

Raquel Dodge. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Raquel Dodge. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ao lembrar que o patrimônio público é composto por impostos pagos por todos os brasileiros, Dodge destacou a necessidade de dar resposta rápida à corrupção. “Por isso, este crime deve ser combatido com ênfase necessária para cessar atos de corrupção”.

Além das prisões preventivas, Raquel Dodge lembrou que foram expedidos 30 mandados de busca e apreensão.

“Requeri várias medidas cautelares, de busca e apreensão e sequestro de bens para que haja o devido ressarcimento ao erário público”, afirmou.

O valor sequestrado soma R$ 39 milhões. “Tenho ressaltado a necessidade de recomposição do dano. É um dinheiro oriundo de impostos cobrados da população. Por esta razão que crimes dessa natureza são extremamente graves”, argumentou.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o governador do Rio cometeu crimes contra a administração pública, entre eles, corrupção e lavagem de dinheiro.

Mesada de R$ 150 mil, 13º salário e bônus

A operação tem como base a delação do economista Carlos Emanuel Carvalho Miranda, ex-operador do ex-governador Sérgio Cabral e delator premiado que detalhou o esquema que teria garantido uma mesada de R$ 150 mil a Pezão, entre 2007 e 2014, período em que era vice-governador.

Pezão. Fotos: Fotos Públicas
Pezão. Fotos: Fotos Públicas

De acordo com Miranda, ele tinha  direito a 13º salário e a dois bônus, cada qual no valor de R$ 1 milhão.

Pezão também foi citado em delações do doleiro Álvaro José Novis e do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Jonas Lopes de Carvalho Junior, que disse ter arrecadado R$ 900 mil para pagar despesas pessoais do governador hoje preso.

O dinheiro teria vindo de empresas de alimentação que tinham contrato com o estado e da Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes do Rio de Janeiro.

Um funcionário do doleiro Álvaro José Novis afirmou em uma delação que pagou propina de R$ 4,8 milhões a Pezão. Edimar Dantas contou aos procuradores que foram cinco pagamentos em 2014 e 2015.

Além do governador, outras oito pessoas foram presas. A operação desta quinta-feira só foi possível a partir de uma delação premiada homologada no Supremo Tribunal Federal. Após a colaboração, autoridades seguiram com as investigações e apreenderam documentos na residência de um dos investigados na Operação Calicute.

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* Com informações da Agência Brasil

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