CPI diz já ter provas de crime cometido por Bolsonaro e vai propor indiciamento

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução do Instagram

O grupo majoritário da CPI da Covid-19, formado por senadores oposicionistas e independentes, acreditam haver elementos suficientes incriminam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por crime sanitário, ou seja, contra a saúde pública.

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

No relatório final, a Comissão Parlamentar de Inquérito pode pedir ao Ministério Público Federal (MPF) o indiciamento dele.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, membros da CPI avaliaram que já conseguiram informações suficientes para entender a tentativa de Bolsonaro de boicotar a aquisição de vacinas, pois acreditava na imunização natural, ou imunidade de rebanho.

Senadores disseram que os depoimentos prestados até o momento na CPI confirmaram que Bolsonaro e seus comandados sabiam do impacto da pandemia sobre a população e deveriam ter agido para minimizar seus efeitos.

“Vemos que o crime contra a saúde pública já está caracterizado”, afirmou o senador Rogério Carvalho, membro suplente da CPI. “Quando você deixa de adotar medidas, você está de forma culposa cometendo crime contra a saúde pública. Mas, quando você tem os meios e não age, então existe dolo”, acrescentou.

Em depoimento nessa quinta-feira (13), o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, disse que a empresa fez ao menos quatro ofertas de doses de vacinas contra a Covid-19 em 2020, mas o governo não deu resposta à farmacêutica e, por consequência, deixou 70 milhões de doses travadas.

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta apresentou na comissão uma carta que teria entregue a Bolsonaro, em março do ano passado, mostrando estimativas de que o Brasil poderia chegar a 180 mil mortes pela Covid-19 até o fim de 2020, se medidas não fossem adotadas principalmente políticas de isolamento social.

Parlamentares também citaram a pressão dentro do governo para o uso de cloroquina, medicamento sem comprovação científica para o tratamento contra a Covid-19. Mandetta confirmou que a presidência elaborou um decreto que mudava a bula do remédio.

Trabalha-se com duas hipóteses sobre os crimes cometidos por Bolsonaro. No âmbito administrativo, ele pode ser acusado de crime de responsabilidade por atuar contra o direito à saúde. Em outra esfera, os parlamentares próximos ao relator da CPI, Renan Calheiros, citaram o crime de epidemia, previsto no Código Penal e que seria praticado pela ação de promover a transmissão da doença.

De acordo com o senador Rogério Carvalho, a próxima etapa seria provar o crime contra a vida. Na prática, seria demonstrar que o crime contra a saúde pública resultou nas mortes de pessoas.

“Em relação ao crime contra a vida, precisa ser provado quantas mortes poderiam ter sido evitadas se tivessem sido tomadas as medidas adequadas. Sabemos que o vírus é matemático, tem alta capacidade de propagação. Mas, para provar que houve o crime contra a vida, agora precisamos trazer para a comissão especialistas, investigar estudos epidemiológicos, que possam sustentar essa tese”, afirmou.

+ Sidney Rezende: ‘Habeas corpus de Pazuello não facilita encontro com a verdade’

+ Bolsonaro sugere que Lula é ‘filho do capeta’; assista

+ Novelas fecham semana na liderança; veja os números de 13 de maio

+ Gil do Vigor virá garoto-propaganda de marca de iogurte

+ Vídeo: Juliana Paes fala de cena onde tapa sexo de ator caiu

+ Juliette não teve contrato renovado com a Globo

+ INSS voltará a bloquear benefícios por falta de prova de vida; veja como fazer

Comentários

 




    gl