CPI ouve médico e cientista em última sessão da semana: ‘A mentira mata’

11/06/2021 às 18h02 - Por Redação SRzd

CPI ouve dupla de médicos em última sessão da semana. Foto: Reprodução da TV

A CPI da Covid-19 no Senado Federal recebeu dois convidados nesta sexta-feira (11); a cientista e pesquisadora Natália Pasternak e o médico sanitarista Cláudio Maierovitch.

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

Pasternak criticou a gestão do governo Federal no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no país e a defesa da cloroquina, posição que já era conhecida por suas declarações em diferentes veículos de imprensa ao longo da maior crise sanitária do Brasil: “Isso não é negacionismo, é uma mentira orquestrada pelo governo Federal e pelo Ministério da Saúde”.

Seguindo a mesma linha da colega, diversa do bolsonarismo, Maierovitch afirmou que o governo “estimulou a imunidade de rebanho à custa de vidas humanas”.

+ veja alguns trechos das falas de Pasternak:

“Essa mentira mata, porque leva pessoas a comportamentos irracionais”.

“É um seis ou é um nove, não é desrespeitar a opinião alheia. A ciência funciona buscando fatos, ou é um seis ou é um nove, não dá para ser os dois”.

“A cloroquina nunca teve plausibilidade biológica para funcionar. O caminho pelo qual ela bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em tubo de ensaio. Nas células do trato respiratório, o caminho é outro. Então, ela nunca poderia funcionar”.

“Nunca funcionou para outras viroses, foi testada e falhou para várias doenças causadas por vírus. Evidências anedóticas não servem para ciência, elas são apenas causos, histórias”.

+ veja alguns trechos das falas de Maierovitch:

“O Estado se manteve na produção de imunidade de rebanho para nossa população, ao invés de adotar medidas reconhecidas pela ciência para contornar essa
crise”.

“Esse é um plano que pairou em março de 2020, quando alguns líderes internacionais acreditavam que o melhor caminho para vencer a crise era de que a doença se espalhasse rapidamente. Quem tivesse que morrer morreria, e quem sobrevivesse continuaria tocando a economia. Morreriam os mais frágeis, desonerando a Previdência, desonerando o sistema de saúde. Do ponto de vista econométrico, poderia até ter um acontecimento positivo”.

Formada em ciências biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Natália Pasternak é fundadora do Instituto Questão de Ciência, o IQC, e a primeira brasileira a integrar o Comitê para Investigação Cética. Ela é PhD em microbiologia genética molecular de bactérias pela USP.

Maierovitch é médico sanitarista e foi presidente da Anvisa, entre 2003 e 2008. O cientista também ocupou a direção da Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, de 2011 até 2016. Atualmente, coordena o Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz em Brasília.

A Comissão, criada para investigar as ações e possíveis omissões do governo Federal durante a pandemia da Covid-19 no país, retoma seus trabalhos na próxima terça-feira.

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