CPI aprova quebra sigilo de Ricardo Barros e advogado de Bolsonaro

Ricardo Barros e Frederick Wassef. Fotos: Antonio Cruz/Agência Brasil e Reprodução/YouTube

Os senadores da CPI da Covid-19 aprovaram 187 requerimentos no início da sessão desta quinta-feira (19), incluindo o acesso aos dados fiscais de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e de ao menos 21 empresas ligadas a ele.

A ideia dos senadores é cruzar dados para saber se houve transferência de recursos, de forma direta ou indireta, entre Barros, as empresas e a Precisa Medicamentos, cujo sócio é Francisco Maximiano. O requerimento foi apresentado pelo relator Renan Calheiros.

“Não encontrarão absolutamente nada de irregular na minha conduta. Podem procurar à vontade, nada vai ser encontrado. Uma hora termina a CPI e a verdade prevalecerá. Vou mostrar ao Brasil a minha lisura como homem público”, disse o parlamentar.

Confira a lista das empresas publicada no site “O Antagonista”:

– Qualidade de Vida Indústria e Comércio de Produtos Naturais Ltda.;
– Frequencial Empreendimentos de Comunicação Ltda.;
– Associação de Clubes de Vôlei –ACV;
– Mineralizadora Fonte de Luz Ltda.;
– AKB Magalhães Barros Locações Ltda.;
– RC4 Incorporações Ltda.;
– Centro de Educação Profissional Técnico Maringá Ltda.;
– Correspondente Bancário Mais em Conta S/A;
– Incorporadora e Empreendimentos S.A.;
– RC1 Incorporações Ltda.;
– PY 12 Incorporações S.A.;
– RC3 Incorporações Ltda.;
– Monlevade Incorporações Imobiliárias Ltda.;
– IFGVE Instituto de Formação, Gestão e Valor Educacional (PD) Ltda.;
– BHT Consultoria Ltda.;
– R.C.6 Mineração Ltda.;
– Instituto de Florestas do Paraná;
– Construtora Magalhães Barros Ltda.;
– RJM Loteadora Ltda ME;
– MBR Locação de Veículos Ltda.;
– BB Corretora Ltda.

Frederick Wassef e sites que compartilham fake news

A CPI também aprovou requerimentos que autorizam a quebra dos sigilos fiscal e bancário do advogado Frederick Wassef, conhecido por atuar na defesa da família Bolsonaro, do blogueiro Allan Lopes dos Santos, dono do canal “Terça Livre”, e de outros sites supostamente disseminadores de fake news e influenciadores bolsonaristas.

Allan dos Santos é acusado de disseminar notícias falsas durante a pandemia da Covid-19. O objetivo da quebra de sigilo é identificar se o investigado teria recebido dinheiro público ou sido financiado por alguma empresa privada para disseminar as informações falsas.

Além do blogueiro, a comissão aprovou a transferência das informações dos proprietários dos portais: Crítica Nacional, Conexão Política, Brasil Paralelo, Jornal da Cidade, Renova Mídia e Senso Incomum, além do sigilo telemático de uma série de perfis em redes sociais, como Movimento Conservador, Verdade dos Fatos, Verdade dos Fatos BR, Movimento Avança Brasil, Patriotas, entre outros.

Já no caso de Wassef, o senador relata comportamentos, transferências monetárias e ligações societárias suspeitas.

Calheiros diz que o advogado teria ligações com “sócios, familiares destes e com outros investigados por esta CPI”. Internamente, contudo, a medida é vista como uma forma de atacar, em especial, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que defende investigar e com quem tem travado uma batalha de trocas de acusações.

Wassef esteve no Senado Federal no dia do depoimento do deputado federal Luis Miranda e do irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que relatou “pressões atípicas” pela agilidade em fechar a compra da Covaxin. Na ocasião, o advogado fez críticas à comissão ao dizer que a “CPI está sendo usada com desvio nítido de finalidade e função” e atacou o relator.

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