CPI apreende celular de Dominguetti; Davati desmente versão sobre áudio
O representante comercial da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, teve seu celular apreendido pela CPI da Covid-19.
Seguindo despacho da senadora Simone Tebet, do MDB, o senador Randolfe Rodrigues determinou a apreensão do aparelho do militar e a realização de uma perícia sobre os áudios comprovando que o deputado Luis Miranda estaria envolvido no esquema de propinas pelas vacinas no Ministério da Saúde.
Segundo Miranda, que acompanhava a CPI, Dominguetti “está mentindo”. Ele defendeu a prisão do empresário. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, disse que o deputado alega que as gravações foram editadas.
Luis Miranda disse que o áudio apresentado pelo representante da Davati é de 15 de outubro do ano passado e se trata de uma negociação para comprar luvas. “Resta saber quem plantou esse cara na CPI”, disse.
Os nomes de Miranda, de Dominguetti e da Davati vieram à tona, nos últimos dias, em razão de duas denúncias distintas de supostas irregularidades na compra de imunizantes.
Dominguetti usou o áudio como “prova” da afirmação de que Luis Miranda teria tentado intermediar compra de vacinas. O áudio, no entanto, não cita a palavra vacina ou qualquer sinônimo.
Mesmo antes de reproduzir o áudio, Dominguetti já havia dito que não chegou a tratar diretamente com o deputado Luis Miranda. A conversa teria sido com o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho.
Ele descreveu telefonemas que teria recebido de pessoas do governo com ofertas de “facilidades” para os contratos de vacinas e que possuía informação de que “um parlamentar tentou negociar a busca da vacina diretamente com a Davati.
Indagado pelo senador Humberto Costa, do PT, sobre qual seria o nome desse político, Dominguetti respondeu que era Luis Miranda e mostrou um áudio do deputado, supostamente recebido por Cristiano.
Davati desmente versão sobre áudio de Miranda
Representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, o empresário Cristiano Alberto Carvalho negou que o áudio do deputado Luis Claudio Miranda, recebido por ele e divulgado na CPI da Covid-19 por Luiz Paulo Dominguetti, tratasse da negociação de vacinas, como foi alegado. Segundo Carvalho, depoente quer “aparecer”.
“Eu recebi de outra pessoa, não diretamente do Luiz, não se refere a vacinas”, disse Carvalho em declaração ao jornal “O Globo”.
O próprio deputado Luis Miranda também negou à CPI que o áudio tenha relação com vacinas contra a Covid-19, segundo informou o presidente da comissão, senador Omar Aziz.
“Há pouco fui conversar com o deputado Luis Miranda, chamei outros membros, o senador Fernando bezerra estava junto, o senador Marcos do Val. E fiz questão que tivesse testemunha da minha conversa com ele para que depois não pairasse dúvida que eu tinha induzido”, disse Aziz.
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