Contra Coronavírus, governo cogita até ‘toque de recolher’

Autoridades sanitárias brasileiras estimam que a situação da pandemia do coronavírus, causador da Covid-19, se estenda no país por ao menos três meses. O presidente Jair Bolsonaro, em transmissão ao vivo feita em vídeo, estimou que tudo voltará ao normal em até sete meses.

Para conter o novo vírus, o Ministério da Saúde planeja o endurecimento de regras de isolamento e estuda até mesmo decretar um “toque de recolher” se os casos subirem abruptamente. Medida semelhante foi adotada pela Argentina na última quinta-feira (19).

O tema tem sido tratado em reuniões reservadas e vem ganhado musculatura com o apoio de uma ala de técnicos da pasta. O entendimento é de que uma parcela significativa da população desrespeita as recomendações de auto-isolamento, como evitar frequentar praias e visitar familiares, quando está sob suspeita.

Na prática, o toque de recolher impede a circulação nas ruas, fecha comércio e suspende o funcionamento do transporte público a partir de um determinado momento. Quem desobedecer as regras, poderá ser punido. Na Bolívia, por exemplo, todos os habitantes devem permanecer em casa a partir das 17h até 5h da manhã. A polícia faz o monitoramento das ruas.

Ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), um dos entrevistados pelo site “Metrópoles” explica que a ação é considerada pelo governo uma “medida muito forte”, mas que, a depender da curva de contágio, pode sair do campo das ideias.

O entendimento dos técnicos é que se os casos aumentarem rapidamente, o sistema de saúde pode não ter capacidade suficiente de atendimento e colapsar. Como a principal ação de controle hoje é o isolamento, controlar a circulação de pessoas pode ser uma alternativa eficaz.

Publicamente, o ministro Luiz Henrique Mandetta nunca falou sobre a medida. Contudo, o Ministério da Saúde afirma que ela não está descartada.