Com irmão já sepultado, Lula desiste de ir a velório em São Bernardo

Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução

Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não ir a São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde foi enterrado o irmão Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, às 13h desta quarta-feira (30).

Minutos antes do enterro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli autorizou Lula a se encontrar com familiares em razão da morte do irmão. Como Lula não teria tempo hábil para participar do velório, nem do enterro, na decisão, Toffoli permitiu que o ex-presidente viajasse a São Paulo e se encontrar com familiares em unidade militar da região.

O deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, anunciou a decisão de Lula, que será detalhada ainda na tarde desta quarta-feira (30): “O presidente Lula não vai para São Bernardo do Campo porque ele não irá se submeter ao circo que Sérgio Moro armou. Lula não tem motivos para se encontrar às escondidas com a família como se isso fosse um favor do MPF e do Judiciário da turma da Lava Jato”.

O advogado de Lula, Manoel Caetano Ferreira, em entrevista concedida em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF), onde Lula está preso desde abril, disse que o ex-presidente não se submeteria a essa decisão avaliada como tardia. “Seria um vexame”, afirmou.

Na tarde de terça-feira (29), a defesa de Lula pediu à Justiça a liberação dele para ir ao velório de Vavá, que tinha morrido pela manhã. Segundo os advogados do ex-presidente, o artigo 120 da Lei de Execução fala que “os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, chegou a afirmar que autorizar o ex-presidente a ir ao velório do irmão é uma “questão humanitária”.

Na madrugada desta quarta-feira (30), o desembargador de plantão do TRF-4, Leandro Paulsen, negou recurso da defesa de Lula. Os advogados do ex-presidente recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda na madrugada para Lula poder ir ao velório, que estava previsto para as 13h. No início da tarde, Dias Toffoli, o STF, autorizou a saída de Lula para encontrar os familiares em uma unidade militar na região do ABC.

Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão em julho de 2017. Em janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou a sentença e aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex em Guarujá (SP).

No dia 7 de abril, Lula se entregou à Polícia Federal. Ele está preso na Superintendência da PF em Curitiba.

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