‘Coisa de frouxo’: Bolsonaro ataca isolamento social e diz estar ‘se lixando para 2022’

Jair Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR

Um dia após o Brasil registrar 4,2 mil mortes nas últimas 24 horas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a adoção de medidas restritivas para tentar frear o avanço da Covid-19 no Brasil e disse que não haverá um lockdown nacional.

Em visita a Chapecó, Jair Bolsonaro atacou mais uma vez o distanciamento social. Para ele, a medida é coisa de “frouxo” e “não podemos ficar em casa ad aeternum”.

As ações para restringir a circulação de pessoas têm sido defendidas por autoridades sanitárias para enfrentar a pandemia no país, que vive seu maior pico e responde hoje por um em cada três mortos pelo novo coronavírus no mundo.

Em discurso, o presidente ainda afirmou que “está se lixando para 2022” e negou um lockdown nacional para conter o avanço da Covid-19.

“Não é hora de ver biografia. Estou me lixando para 2022. Vai ter uma pancada de candidato aí. Seria muito mais fácil a gente ficar quieto. Não tocar neste assunto ou atender como alguns querem fazer um lockdown nacional. Não vai ter lockdown nacional”, disse.

Bolsonaro foi a Chapecó, em Santa Catarina, se encontrar com o prefeito, João Rodrigues, do PSD, que defende o tratamento precoce contra a Covid-19, com o uso de remédios sem eficácia comprovada.

“Vamos buscar alternativas, não vamos aceitar a política do ‘fique em casa’, ‘feche tudo’, lockdown. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, vieram pra ficar, e vão ficar a vida toda. É praticamente impossível erradicá-lo”, disse.

Bolsonaro citou o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir celebrações religiosas coletivas em todo o país e defendeu que a liminar seja mantida ou haja pedido de vista: “Parece que no Brasil só tem Covid. Acabaram as outras mortes, os outros sofrimentos. Não. Nós acreditamos no povo brasileiro. Noventa por cento da população, um pouco mais, acredita em Deus e acreditando em Deus eu espero que daqui a pouco, como tá previsto no Supremo Tribunal Federal, julgar a liminar do ministro Castro Nunes ou que a liminar seja mantida ou que alguém peça vistas pra que nós possamos discutir um pouco mais a abertura ou não de templos religiosos”.

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