Coaf aponta que Flávio Bolsonaro recebeu R$ 96 mil em um mês

Um trecho do Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações financeiras de uma conta corrente de Flávio Bolsonaro entre junho e julho de 2017 foi divulgado na noite desta sesta-feira (18) pela “Rede Globo”.

Neste período, o Coaf registrou 48 depósitos em espécie na conta do senador eleito que é filho do presidente Jair Bolsonaro, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legistativa do Rio (Alerj), e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil.

Em 9 de junho de 2017 foram 10 depósitos no intervalo de 5 minutos, entre 11h02 e 11h07. No dia 15 de junho, mais 5 depósitos, feitos em 2 minutos, das 16h58 às 17h. No dia 27 de junho outros 10 depósitos, em 3 minutos, das 12h21 às 12h24. No seguinte mais 8 depósitos, em 4 minutos, entre 10h52 e 10h56. E no dia 13 de julho 15 depósitos, em 6 minutos.

Segundo a reportagem, o Coaf diz que não foi possível identificar quem fez os depósitos. O relatório afirma que o fato de terem sido feitos de forma fracionada desperta suspeita de ocultação da origem do dinheiro. O Coaf classifica que tipo de ocorrência pode ter havido com base numa circular do Banco Central que trata da lavagem de dinheiro.

O documento, obtido com fontes da equipe de reportagem do “Jornal Nacional”, está identificado como “item 4” e faz parte de um relatório de inteligência financeira (RIF). A emissora disse que, procurado, Flávio Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto.

A revelação foi feita um dia depois que Flávio Bolsonaro pediu e o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o procedimento aberto pelo Ministério Público do Rio contra Fabrício Queiroz, seu ex-assessor na Alerj entre 2016 e 2017, que é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano.