As 1.500 pessoas que circularam na Cidade das Artes durante o Prêmio SRzd Carnaval deste ano notaram que existe um astral diferente no complexo cultural localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. As que passam diariamente de carro pelas redondezas sabem que o prédio fica bem em frente à estação central do BRT, e pertinho do Barrashopping, mas nem todas têm conhecimento que aquela obra monumental, que traz assinatura do arquiteto francês Christian de Portzamparc, reconhecido representante da arquitetura pós-moderna, está em movimento. E não é um “elefante branco” como alguns possam pensar.
Portzamparc é um arquiteto e urbanista nascido em 1944 em Casablanca, que estudou na École Nationale des Beaux Arts de Paris e se notabilizou pelos projetos arrojados e toque artístico. Isto, por si só, não é suficiente para que o espaço concebido por ele seja um ponto de encontro social relevante. É preciso uma direção inteligente, ativa e uma programação atraente.
Espaço, que poderia ser um problema, neste caso não é o principal desafio. E olha que estamos falando de uma área de terreno de aproximadamente 95 mil m². Só de construção a ocupação tem 87.403 m².
Qualquer produtor cultural, ator, atriz ou diretor de espetáculos vai vibrar ao saber que pode se apresentar na Grande Sala com 1.250 lugares, com sala de música de câmara com 450 lugares, 13 salas de ensaio, 13 salas de aula, 3 salas de cinema e uma área de circulação onde se pode encontrar 3 lojas, mídiateca, restaurante, cafeteria e foyer musical.
Se pode chegar à Cidade das Artes de ônibus. Pelo BRT, bastam alguns passos e o interessado já estará dentro do complexo. Se preferir ir de carro, existem disponíveis 738 vagas de estacionamento.
A Cidade das Artes sob administração da secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, tomou outro rumo. A orientação dela é que se tenha atenção redobrada com uma programação popular de qualidade, sem deixar, é claro, de manter a oferta de um cardápio cultural erudito.
A responsabilidade de pilotar este projeto está a cargo do subsecretário municipal de Cultura e presidente da Fundação, André Marini, 49 anos, e da atriz Bel Kutner, diretora artística da Cidade das Artes.
O SRzd conversou com André Marini para saber como ele e sua equipe pretendem administrar a Cidade das Artes daqui para a frente.
Qual é o maior desafio da nova diretoria da Cidade das Artes?
⁃ A Cidade das Artes é o equipamento cultural do Rio que está localizado onde passa o maior número de pessoas. São em média 400 mil por dia. Mas ao mesmo tempo é ainda pouco utilizado pela população. O maior desafio, e ao mesmo tempo uma grande oportunidade, é criar uma programação que gere mais interesse dos consumidores de cultura.
A Cidade das Artes foi alvo de muita polêmica desde sua construção ainda na prefeitura de César Maia, você acha que isso acaba afastando o público da casa?
⁃ Não creio. A população, com toda razão, criticou os altos custos da construção. Mas agora que já está feita (e não tem como voltar atrás), precisa ocupar e tornar o espaço mais útil.
A Cidade das Artes ainda não tem o público esperado para um local que custou muito ao governo, qual o maior motivo para isso ainda acontecer?
⁃ Tradicionalmente os espaços culturais (Museus, Centros Culturais, Galerias de arte, entre outros), são programados a partir da visão de um curador. Que “dita” o que as pessoas devem ver. Mas os Centros de Cultura mais modernos, invertem essa ordem. Identificam (dentro dos seus propósitos artísticos) o conteúdo que o público quer ver. E é isso que estamos fazendo. Ouvindo as pessoas.
Quais as estratégias que estão sendo usadas para atrair mais a população?
⁃ Criamos uma Diretoria Artística e abaixo dela uma Coordenação de público que pesquisa e analisa as expectativas, interesses e motivadores do nosso público-alvo. E toda essa informação vai pautar o nosso conteúdo.
Quais as formas de divulgação de eventos utilizadas atualmente pela Cidade das Artes? É necessário uma maior divulgação?
⁃ Estamos refazendo as estratégias de comunicação, e colocando mais energia e investimento nas mídias digitais.
Como Diretor-Presidente da casa, acha que o morador do Rio de Janeiro se sente dono da Cidade das Artes?
⁃ Definitivamente não. Porque a maioria nem sabe o que acontecia ali. Você só se sente incluído em algo que você conheça. Hoje precisamos tornar o espaço mais acessível para a maior parte da população.
Quais as propostas para fazer o carioca aderir à ideia de um espaço cultural na Barra da Tijuca?
⁃ Em 2016, os cariocas redescobriram o Porto. E todos passaram a frequentá-lo. A distância não é empecilho – desde que exista algo interessante. Esta é a nossa missão: fazer uma programação imperdível.
A Cidade das Artes já conseguiu atingir todos os cariocas?
⁃ Não, porque não olhavam “para fora”. Por exemplo, em frente à Cidade das Artes está o maior terminal de BRT da cidade. E ninguém pensava em como atraí-los para a casa. Faremos isso agora. Começando pelo projeto “Enfim Sexta!”, que tem música ao vivo e gratuita, todas as sextas – a partir das 18 horas (quando o Terminal está lotado). Um outro sucesso está sendo o projeto “Comida, Diversão & Arte”, voltado para o público mais senior. Tem aulas de gastronomia, dança de salão, talk shows e palestras. As terças, quartas e quintas, às 16 horas. E sabe quem escolheu esses dias e horários? O próprio público, que identificou uma lacuna em atrações culturais no meio da tarde. Será sempre assim: para melhor servir ao público.
Por fim, gostaria que você comentasse sobre o diferencial da nova diretoria em relação a antiga. Qual o legado deixado até o momento e qual o legado você quer deixar?
⁃ A diretoria anterior foi comandada nos últimos quatro anos pelo reconhecido produtor e curador Emílio Kalil, que fez um excelente trabalho de finalizar a obra e implantar o equipamento com uma qualidade técnica de excelência. Agora, a nossa missão é democratizar o acesso da Casa à população, transformando a Cidade das Artes na “Cidade da Gente”.
Veja aqui: a programação completa oferecida pela Cidades das Artes.
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