Após ser chamado ‘tigrão’ e ‘tchutchuca’, Paulo Guedes deixa audiência na CCJ

Paulo Guedes. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Paulo Guedes. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom- Agência Brasil

A audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Câmara, terminou em confusão, briga, troca de palavrões e pouca defesa da reforma da Previdência por parte dos deputados e reclamação de líderes do centrão. Com a base desarticulada, Guedes enfrentou nesta quarta-feira (3) na Comissão de Constituição e Justiça a tropa de choque da oposição.

O estopim do tumulto, com empurra-empurra entre parlamentares do PT e PSL, foi uma provocação do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu.

Às 20h23, ao questionar o ministro sobre a proposta de reforma, Zeca afirmou que o ministro é tigrão com uns e tchutchuca com outros, sugerindo que Guedes privilegia banqueiros e rentistas.

Ele queria estudos da equipe econômica para que o governo decidisse priorizar o endurecimento das regras de aposentadoria, em vez de propor mudanças no sistema bancário.

“Eu estou vendo que o senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, com os portadores de necessidade. É tigrão quando é com agricultores, com professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país. O cargo público que você ocupa exige uma outra postura”, disse Dirceu.

Guedes também reagiu. O ministro se ofendeu e revidou: “Tchutchuca é a mãe, tchutchuca é a avó!”. Em seguida, pediu respeito: “Eu te respeito. Você me respeita!”.  Os termos “Tchutuca” e “tigrão “são referências a um funk dos anos 2000, da banda Bonde do Tigrão.

Irritado, o ministro pegou o celular e já ameaçava ir embora. Ao lado dele estava o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Marinho cochichou no ouvido com o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR).

Instaurou-se um caos generalizado no plenário da comissão e, após seis horas e meia de audiência, a sessão foi encerrada antes mesmo que metade dos deputados inscritos conseguissem falar.

O bate boca continuou. O deputado Éder Mauro (PSD-PA) disparava para Zeca Dirceu: “Vai falar assim na sua casa”. Delegado Waldir (PSL-GO), líder do partido na Casa, disse que iria embora: “Não vou ficar com bandido aqui”.

Em meio aos empurrões, o ministro saiu escoltado por parlamentares aliados e foi embora por uma escada lateral do anexo 2 da Câmara. Escoltado pela segurança da Câmara e por deputados aliados, Paulo Guedes deixou a Casa sem falar com a imprensa.

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