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Caso Fifa: documento mostra pagamento de US$ 1 milhão para ex-executivo da Globo

Ex-homem forte da Rede Globo, responsável por negociar direitos de futebol até 2015, Marcelo Campos Pinto aparece como destinatário de US$ 1 milhão de propina da empresa Torneos y Competencias (TyC), que negociava direitos de futebol da Conmebol, como a Libertadores e a Copa América.

A informação apareceu em uma das planilhas apresentadas durante o julgamento do processo sobre corrupção na Fifa nesta quinta-feira (30) no Tribunal Federal do Brooklyn nos Estados Unidos.

José Eladio Rodríguez, a testemunha da acusação que era responsável pela execução das transferências da Torneos, não entrou em detalhes sobre essa remessa, não deixando claro o motivo de ele ter realizado esse suposto pagamento.

O nome Globo aparece várias vezes em planilhas como crédito e não débito, mostrando quanto a emissora pagou nos últimos anos pelos direitos de transmissão de torneios de futebol.

O atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também aparece como destinatário de pagamentos ilícitos. Nos documentos divulgados no julgamento, “MCP” indica o executivo da Globo e “MP” Marco Polo Del Nero.

Na quarta-feira (29), Eladio Rodríguez afirmou ter pago US$ 4,8 milhões em propinas para Del Nero e Marin, ex-presidente da CBF.

A defesa de Marin, que cumpre prisão domiciliar em Nova York, tenta convencer os jurados do “Caso Fifa” que era Marco Polo Del Nero o destinatário de propinas pagas por empresas de marketing esportivo.

Rodríguez disse também que o termo “brasileiro” usado nas planilhas indicavam pagamentos feitos a presidentes da CBF e que, para ele, Marin e Del Nero eram um só, pois “estavam sempre juntos”.

Em nota, o Grupo Globo afirmou desconhecer o pagamento mencionado. A direção do canal reafirmou novamente que não pagou qualquer tipo de propina. Quando foi citada pela primeira vez, por Burzaco, a Globo negou envolvimento no caso.

“Sobre a afirmação de uma testemunha no julgamento que acontece em Nova Iorque de que o ex-diretor do Grupo Globo, Marcelo de Campos Pinto, recebeu em 2013 pagamento de uma empresa do Grupo Torneos y Competencias, que atua na área de marketing esportivo, o Grupo Globo esclarece que nunca teve conhecimento de tal pagamento. Caso tal pagamento tenha ocorrido, foi, evidentemente, contrário aos interesses da empresa. O Grupo Globo reafirma que não tolera nem paga propina”.

Marco Polo Del Nero também reagiu por meio de nota:

“Com referência à citação feita pelo delator premiado José Eladio Rodríguez na Corte de Justiça do Brooklin, New York, EUA, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero reitera que o depoimento se mostra contraditório, confuso e inverossímil, eis que afirma sequer saber quem era o presidente da CBF à época dos fatos ou identificar o significado de supostas iniciais lançadas em uma determinada planilha. Reitera definitivamente que não assinou nenhum contrato objeto das investigações seja pela CBF, entidade da qual não era o presidente à época, seja pela Conmebol,
onde nunca exerceu nenhum cargo. Por fim, reafirma que nunca participou, direta ou indiretamente, de qualquer irregularidade ao longo de todas atividades de representação que exerce ou tenha exercido”.

Homem forte do esporte deixou Globo após escândalos no futebol

Figura-chave nos bastidores do futebol brasileiro nas últimas duas décadas, Marcelo Campos Pinto deixou a Globo Esportes, braço de negociações  de direitos esportivos do Grupo Globo no final de 2015.

O executivo ficou desgastado internamente após os escândalos envolvendo corrupção nas negociações de direitos da Fifa e Conmebol e da prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, de quem era próximo.

Marcelo Campos Pinto e Marco Polo del Nero. Foto: Reprodução

O comunicado assinado por Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo, distribuído a diretores na quinta-feira, dia 5 de novembro de 2015, informou que Campos Pinto iria se aposentar no final daquele ano.

“Marcelo de Campos Pinto, que durante vários anos liderou as negociações de direitos de futebol e Olimpíadas, deverá se aposentar no final do ano, apoiando a organização da nova estrutura durante novembro e dezembro”, diz trecho da nota.

Segundo apuração do “Jornal da Record”, Marcelo tinha procuração para negociar os contratos no Brasil e no exterior em nome da família Marinho, dona da emissora.

Redação SRzd

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