Casal negro agredido: Carrefour tem 5 dias para apresentar imagens ao Ministério Público

A rede Carrefour tem cinco dias para apresentar imagens das câmeras de segurança do mercado Big Bompreço de São Cristóvão, em Salvador. A decisão, desta quarta-feira (10), é do Ministério Público da Bahia.

O órgão vai apurar se houve crime de racismo contra um casal negro que foi agredido no local. Segundo a defesa das vítimas, os dois foram agredidos por sete seguranças e receberam ameaças de morte. O Carrefour afirma que a equipe de segurança foi demitida, mas nega que as agressões tenham sido praticadas por seus funcionários, incluindo terceirizados.

“Naquele supermercado, eles receberam a pena de tortura. As imagens são chocantes. Nós vamos na delegacia registrar uma ocorrência contra o supermercado. Meus clientes foram agredidos por sete seguranças da rede e estão sendo ameaçados de morte”, disse o advogado do casal, Walisson dos Reis.

Para o advogado, o erro dos clientes de terem furtado leite em pó não justifica as agressões. “Eram pessoas que estavam ali buscando alimento. Não que seja certo furtar, está totalmente errado. Mas a conduta da Rede Carrefour nessa situação, de deixar que fossem torturados, agredidos e expostas as suas imagens nas redes sociais, é de uma gravidade extrema”.

“Deve ser apurado o crime de racismo, lesão corporal e diversos crimes, que a gente vai reunir com a Polícia Civil da Bahia para apurar. Este caso não pode de forma alguma ficar impune, e as pessoas normalizarem e aceitarem a violência, e banalizarem a vida”, explicou Walisson.