Carrefour muda versão sobre morte de cão espancado no estacionamento de sua loja

Internautas de várias regiões do Brasil repercutem o caso de um cachorro que morreu após ser agredido dentro do estacionamento de uma loja da rede Carrefour, na última quinta-feira (29) em São Paulo.

A denúncia feita nas redes sociais mostra imagens do animal com as patas traseiras feridas e marcas de sangue no chão da loja, localizada na Avenida dos Autonomistas na cidade de Osasco. Defensores dos animais e ativistas dizem ainda que houve tentativa de envenenamento do animal.

O cachorro estava na loja havia alguns dias e chegou a receber água e alimentos dos funcionários do local. Ainda de acordo com as denúncias, o segurança da loja teria agredido o cachorro.

O artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) considera crime as práticas de abuso, ferir ou mutilar animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos. A pena de detenção varia de três meses a um ano, além de multa.

A gerência do Carrefour foi ouvida e outros funcionários serão chamados para depor junto à Polícia Civil. A equipe responsável pela segurança da unidade no dia das agressões contra o cachorro foi afastada.

O cão chegou a ser socorrido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas não resistiu ao ferimento. As circunstâncias que terminaram com a morte do animal estão sendo investigadas pela Delegacia de Meio Ambiente da cidade.

O que diz o Carrefour

Por meio de nota, o Carrefour afirmou, em um primeiro momento, repudiar “qualquer tipo de maus-tratos contra animais”. Na tarde desta segunda-feira (3), a rede de supermercados deu uma nova versão sobre o caso, em nota à imprensa divulgada pela “Veja São Paulo”.

“Nossa apuração preliminar apontou que o cachorro estava circulando pelo estacionamento havia alguns dias. O Centro de Zoonoses de Osasco foi acionado por diversas vezes, mas não recolheu o animal. No dia do incidente, clientes se queixaram sobre a presença do cachorro, e, novamente, o órgão foi acionado. Um funcionário de empresa terceirizada tentou afastá-lo da entrada da loja e imagens mostram que esta abordagem pode ter ocasionado um ferimento na pata do animal. O Centro de Zoonoses de Osasco foi acionado novamente e compareceu ao local para recolhê-lo. No entanto, no momento da abordagem dos profissionais do órgão para imobilização, o cachorro desfaleceu em razão do uso de um ‘enforcador’, tipo de equipamento de contenção”.

Nesta terça-feira (4), um novo comunicado foi emitido. Leia na íntegra:

“O Carrefour reconhece que um grave problema ocorreu em sua loja de Osasco. A empresa não vai se eximir de sua responsabilidade. Estamos tristes com a morte desse animal. Somos os maiores interessados para que todos os fatos sejam esclarecidos. Por isso, aguardamos que as autoridades concluam rapidamente as investigações. Qualquer que seja a conclusão do inquérito, estamos inteiramente comprometidos na reparação desse dano”.

Secretaria do Meio Ambiente

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal foi acionado na quinta-feira (29) para prestar socorro a um cachorro, possivelmente vítima de atropelamento, no estacionamento do hipermercado.

Somente na noite de sexta-feira (30), o departamento recebeu a denúncia de que o cão havia sido espancado e envenenado – e não atropelado.

A Prefeitura acompanhará o andamento do inquérito policial, que ficará sob responsabilidade da Polícia Civil. Só será possível informar o que houve com o cachorro após a conclusão do mesmo. O órgão ainda não se pronunciou sobre o uso do enforcador citado pelo Carrefour.

Petição pede justiça para cão morto e alcança milhares de assinaturas

Uma petição online foi feita para pedir justiça para o caso. O número de assinaturas tem aumentado rapidamente. Até o momento, já são mais de 325 mil. Em questão de minutos, no entanto, o número sofre alterações, subindo cada vez mais.

O texto do abaixo-assinado solicita que o responsável pela morte do animal seja preso e que a empresa responda judicialmente por orientar funcionários a “se livrar do animal de maneira cruel”.