Carne bovina subiu quase 37% nos últimos 12 meses, aponta FGV

Frigorífico. Foto: Agência Brasil

No mês de outubro, o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no mesmo período. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o valor da carne de boi subiu 37% neste período.

Com o impacto da Covid-19, as pessoas se movimentaram menos e com muitos bares e restaurantes fechados, ou com atendimentos em horários alternativos, as vendas em supermercados dispararam. A maior demanda na quarentena é um dos fatores que pressionou a alta nos preços dos alimentos.

“A alta do dólar incentiva os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno. Além disso, vale ressaltar o uso do auxílio emergencial, o benefício do governo federal estimulou o aumento do consumo”, comenta Leonardo Almeida, CEO da startup Menu.

Segundo André Braz, economista da FGV, é o aumento do volume de exportações de carne bovina brasileira para a China. “Esse movimento de exportação desabastece o mercado brasileiro e o preço aqui acaba aumentando”, explica. O país exportou, de janeiro a setembro deste ano, 10% a mais em volume de carnes do que no mesmo período de 2019.

O economista aponta ainda que o aumento no preço de rações para gado, como milho soja, também influencia na alta da carne, visto que o valor dessas commodities é cotado em dólar.

Impacto nos bares, pizzarias, restaurantes e minimercados

De acordo com Leonardo Almeida, o índice de preço dos restaurantes é o mesmo dos supermercados e alimentos de mercearia básica.

“Por isso, a alta dos alimentos também tem refletido nos restaurantes, mas não é um ponto crítico na cadeia, como no caso do preço da carne no final do ano passado. O comerciante que faz compra pelo menos uma vez durante a semana, para completar seu estoque, deve prestar mais atenção em relação ao Custo de Mercadoria Vendida (CMV), o valor do produto faz toda a diferença no processo de pós-venda”, afirma.

Para não pesar no bolso do comerciante, uma das alternativas é repassar esse preço ao consumidor. “O dono do restaurante pode escolher reverter esse valor para evitar prejuízos. Muitas vezes os próprios funcionários não se sentem confortáveis em comunicar esse aumento, porque quebra a expectativa do cliente. Mas os funcionários precisam estar confortáveis de que não é um repasse para colocar dinheiro no bolso no dono do estabelecimento”, justifica.










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