Carnaval

Carnaval tem força artística vital, mas como melhorar o espetáculo?, por Sidney Rezende

Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Foto: Cezar Loureiro/Riotur

Há 16 anos o portal SRzd participa da cobertura do Carnaval brasileiro com um feito inédito que nunca falhou: é o único veículo de comunicação do país a noticiar diariamente informações da festa carioca e de São Paulo. Jamais deixamos de alimentar nossas páginas um dia sequer. E fizemos isso não só por resiliência, mas, principalmente, por respeito aos fiéis leitores que nos acompanham. “Quem não vive para servir, não serve para viver”, diria o poeta.

Não bastasse isso, arrisco a dizer que talvez seja um dos que mais publicou em suas capas, – e variadas editorias – o sucesso de pessoas pretas e de outras, discriminadas, que tanto reafirmam a riqueza de se respeitar a diversidade.

Neste período vitorioso, escrito brilhantemente pelos meus colegas jornalistas, – e profissionais de vários segmentos-, nós levamos ao público a entrega apaixonada de quem realiza o Carnaval e de quem trabalha duro para fazê-lo acontecer na Passarela do Samba. São apaixonados merecedores de aplausos de reconhecimento internacional. Exatamente isso! Um amor profundo conjugado a noites mal dormidas, suor no rosto e no corpo, dissabores misturados com alegrias e acertos. Muito mais acertos que erros.

A beleza deslumbrante no Carnaval representa o que os antigos reduzem numa frase óbvia: “chover no molhado”. Ora, se o Carnaval reúne uma comunidade aguerrida, executivos que querem acertar, dirigentes que se esforçam para botar a escola na avenida, componentes que se jogam por inteiro no desfile, homens públicos que durante o ano batem em muitas portas para conseguir recursos para fazer funcionar esta maravilhosa máquina que se agiganta em poucos dias de fevereiro, o que podemos fazer para melhorar a festa?

Os artistas do samba transformam a visão de tudo isso num aquário encantado.

Nossa humilde experiência foi construída como se fosse o olhar de um ribeirinho que fica minutos, horas, dias, meses e anos contemplando o curso do Rio. Ali ele observa o graveto que se deixa levar pelo movimento da corrente, uma folha seca quase engalfinhada com algas, peixinhos coloridos, cardume de sargentos que de tão banais nem damos o seu devido valor e cobrinhas velozes que se perdem no no fundo d’água. Mas, convenhamos, se vê também dejetos, resultado de esgoto mal tratado. Os artistas do samba transformam a visão de tudo isso num aquário encantado, e quando se quer conversar sobre o que pode melhorar é um Deus nos Acuda!

Não é justo antes da festa ficarmos repisando experiências que não deram certo. Deixemos isso para outra ocasião, ora direis! Está bem, faz sentido.

O carnaval 2023 já chegou

Ficam aqui nossas boas vindas para o Carnaval 2023. E com isso, desde já primeira reflexão visando 2024 em diante. A de que as autoridades precisam urgentemente se preocupar com o planejamento, aquele que é irmão da antecedência, filho da eficiência.

Os organizadores diretos do Carnaval como Riotur,  Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) e outras organizações representativas, assim como os segmentos envolvidos do Governo estadual, merecem elaborar a maior festa do país com recursos antecipados e a escolha pública e transparente dos gestores de cada fase. Isto feito, se facilitaria a entrega de cabines que hoje chegam aos profissionais incompletos, pistas com tinta ainda fresca, tapumes não totalmente anexados, credenciamento fornecido em cima da hora, banheiros rústicos, instalações com limpeza duvidosa. Se daria tempo para se fazer eventuais correções na fiação elétrica, telefônica e cabos de rede pesada, segurança e etc.

Os organizadores do Carnaval têm competência de sobra para realizar um excelente trabalho, mas todos precisam de tempo, recursos, liberações mais rápidas e definições prévias para se entregar o trabalho pronto.

O que ganharíamos? Mais qualidade do produto, antes mesmo da chegada dos artistas do samba no pé e o espetáculo cumpriria sem correrias todos os protocolos.

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