Candidatos à Presidência se manifestam sobre leitura das cartas pela democracia

Ciro, Lula e Simone Tebet. Foto: Reprodução/Twiiter/Ricardo Stuckert/TV

Ciro, Lula e Simone Tebet. Foto: Reprodução/Twiiter/Ricardo Stuckert/TV

Os candidatos à Presidência da República se manifestaram nesta quinta-feira (11), através de publicações em suas páginas de redes sociais, sobre a leitura das cartas pela democracia na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

A leitura ocorreu no Pátio das Arcadas, no Largo São Francisco — próximo de lugares históricos do centro da capital paulista, como a Praça da Sé, palco das “Diretas Já”, em 1984.

O local abrigou o ato “Manifestação em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito Sempre”, com participação de juristas, políticos, movimentos sociais, entidades e representantes da sociedade civil.

A manifestação foi feita em duas partes: na primeira, às 10h, foi lido o documento “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, organizado por mais de cem entidades.

A segunda, por sua vez, ocorreu a partir das 11h, com a leitura, divida em quatro trechos, da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros — Estado Democrático de Direito Sempre”, assinada por mais de 950 mil pessoas, e que se manifesta a favor do sistema eleitoral, das urnas eletrônicas e de outros pilares da democracia brasileira.

O documento da USP é inspirado na Carta aos Brasileiros, de agosto de 1977, lida em público pelo professor Goffredo Telles Júnior, no mesmo local, por ocasião dos 150 anos de criação dos cursos jurídicos no país. Na época, o documento denunciava a Ditadura Militar e os abusos cometidos sob o regime.


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Presidenciáveis se manifestam

Entre os presidenciáveis, Lula, Ciro, Tebet, d’Avila, Manzano, Soraya Thronicke (União Brasil), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) assinaram o documento.

O ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, exaltou a defesa da democracia destacando que o país era soberano e respeitado, e que precisa ser recuperado.

“Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo. Bom dia”, disse o petista.

Terceiro colocado nos levantamentos da corrida eleitoral de outubro, Ciro Gomes, do PDT, disse que a leitura da carta representa a união de “diferentes segmentos” contra os questionamentos de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

“Um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático – que é a maior de todas as nossas conquistas. Este é um compromisso de todos nós”, disse o ex-governador do Ceará.

A senadora Simone Tebet, do MDB, que se intitula como candidata da “terceira via”, afirmou que também assinou o manifesto e reforçou seu compromisso de sua candidatura com a democracia.

“Estado de Direito Sempre! No dia do estudante, no histórico dia 11 de agosto, a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia. Assinei o manifesto. Tenham certeza do meu compromisso. Minha candidatura representa exatamente isso: democracia sempre. Tolerância, paz e respeito”, escreveu Tebet.

Jair Bolsonaro (PL), Pablo Marçal (Pros), Roberto Jefferson (PTB) e Vera Lúcia (PSTU) não fizeram nenhum comentário deste assunto até o momento.

Manifestações

O conteúdo lido aconteceu sob aplausos e gritos de “viva a democracia!”. Embora não faça menção direta ao presidente Jair Bolsonaro, o texto afirma que o Brasil está “passando por momento de imenso perigo” para a normalidade democrática, com riscos às instituições e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

USP recebe juristas e personalidades para leitura de carta pela democracia. Foto: Divulgação/Conjur
USP recebe juristas e personalidades para leitura de carta pela democracia. Foto: Divulgação/Conjur

Do lado de fora da Faculdade de Direito da USP, manifestantes fizeram um ato a favor da carta e levantaram cartazes pedindo respeito ao voto e contra a presença de militares na disputa eleitoral.

Os atos desta quinta-feira (11) ocorrem em meio às críticas feitas por Bolsonaro ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Recentemente, o presidente convocou embaixadores estrangeiros para levantar suspeitas contra o modelo adotado, sem apresentar provas, provocando reações em diversos segmentos da sociedade.

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