Cabral, Kassab, Pezão, Eduardo Paes e Aécio constam da lista de Caixa 2 da Odebrecht

Aécio e Sérgio-Cabral. Foto: Governo do Rio

Aécio e Sérgio-Cabral. Foto: Governo do Rio

Uma tabela apresentada ao Ministério Público pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior detalha pagamentos que teriam sido feitos via caixa dois a 179 políticos. Entre 2008 e 2014, há registro de R$ 246 milhões em repasses ilegais.

Entre os nomes citados, se destaca o do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com quase R$ 62 milhões em caixa dois. Veja a lista em ordem de recebimento, segundo a construtora:

1) Sérgio Cabral(PMDB) – R$ 62 milhões
2) Gilberto Kassab (PSD) – R$ 21,5 milhões
3) Luiz Fernando Pezão (PMDB) – R$ 20,3 milhões
4) Eduardo Paes (PMDB – R$ 16,12 milhões
5) Júlio Lopes (PP) – R$ 15, 63 milhões
6) Anthony Garotinho (PR) – R$ 13,01 milhões
7) Geraldo Alckmin (PSDB) – R$ 9,6 milhões
8) Eliseu Padilha (PMDB) – R$ 7,2 milhões
9) Antonio Anastasia (PSDB) – R$ 5,47 milhões
10) Lindbergh Farias (PT) – R$ 5,4 milhões
11) Aécio Neves (PSDB) – R$ 5,25 milhões
12) Jorge Picciani (PMDB) – R$ 5,1 milhões
13) Delcídio do Amaral (ex-PT) – R$ 5 milhões
14) Moreira Franco (PMDB) – R$ 4 milhões

“O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP), consta na lista do delator como beneficiário de R$ 21,2 milhões em recursos não declarados à Justiça Eleitoral. No documento, Kassab aparece com os codinomes Kibe, Chefe Turco e Projeto.

Conforme consta no documento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), teria recebido R$ 9,6 milhões em pagamentos via caixa dois em 2010 e 2014. No detalhamento do propósito do repasse, o documento informa que o tucano é defensor de concessões e privatizações.

Entre os motivos que mais aparecem na lista para justificar os pagamentos ilegais, está a disposição para apresentar emendas ou defender projetos de interesse da empreiteira. Foram 60 doações desse tipo.

Na planilha apresentada ao Ministério Público, há ainda 111 repasses a políticos que sequer estavam concorrendo a cargos públicos nas eleições.

Em outro documento, Silva Junior afirma que ‘todos os pagamentos constantes da planilha, realizados por pessoas ligadas diretamente a mim, só puderam ser efetuados a partir da minha autorização, ainda que a definição de candidato e a negociação dos valores tenha ficado a cargo de executivos da minha equipe’.”

A planilha foi entregue aos investigadores por Benedicto Júnior, ex-Presidente da Odebrecht Infraestrutura, que concentrava o maior pedido de propinas por políticos corruptos.

Nesta planilha não aparecem o ex-ministro das Relações Exteriores do Governo Michel Temer, o tucano José Serra, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB e nem o atual presidente da República, Michel Temer. Eles são alvo de outras investigações que serão cruzadas com as já que estão avançadas.

Também existe uma investigação, ainda em sigilo nos seus detalhes,  que trata exclusivamente da atuação de assessorias de imprensa, comunicação e relações públicas que prestaram serviço no período em que a Odebrecht distribuía dinheiro farto aos políticos citados na lista de Caixa 2.

Os investigadores já sabem os nomes das assessorias que atuavam no Rio, Minas, São Paulo e Brasília e cobravam valores muito acima do mercado. Algumas destas assessorias tinham atuação nacional e internacional, e constam do ranking latino-americano de “melhor performance”, segundo os investigadores.

Elas fixavam contratos milionários e pagavam valores reduzidos para os profissionais que de fato trabalhavam. Estas empresas e os seus sócios também estão incluídas numa próxima fase da Operação Lava Jato.

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